Prejuízos dos incêndios na Califórnia podem chegar a 146 mil milhões de euros

Incêndios no sul da Califórnia poderão causar um prejuízo histórico de até 146 mil milhões de euros, de acordo com uma estimativa preliminar, numa altura em que as chamas ainda lavram na região.

Os incêndios que estão em curso na região de Los Angeles, nos Estados Unidos, deverão provocar perdas económicas totais entre 135 mil milhões e 150 mil milhões de dólares (o equivalente a 132 mil milhões e 146 mil milhões de euros), de acordo com uma estimativa avançada pela AccuWeather e citada pela BBC.

Este intervalo é calculado numa altura em que os fogos continuam a alastrar-se rapidamente para áreas residenciais densamente povoadas. Além disso, algumas zonas ainda não comunicaram informações sobre os danos, feridos e outros impactos, indicou o vice-presidente senior da AccuWeather, Jonathan Porter. “Estes infernos velozes e movidos pelo vento criaram uma das catástrofes de incêndios florestais mais dispendiosas da história moderna dos EUA”, afirmou o responsável.

“Os ventos fortes de um furacão fizeram com que as chamas rasgassem áreas repletas de casas multimilionárias”, indica o também meteorologista chefe. “Os danos totais e as perdas económicas decorrentes desta catástrofe do incêndio florestal podem atingir quase 4% do PIB anual do Estado da Califórnia”, ilustra o representante. A Califórnia é a maior economia dos Estados Unidos da América e a quinta mundial, com um PIB na casa dos nos 3,9 biliões de dólares em 2023, segundo o Public Policy Institute of California.

Segundo a AccuWeather, a zona com maiores perdas económicas dos incêndios situa-se numa área que vai de Santa Mónica a Malibu, afetando alguns dos imóveis mais caros do país, com valores médios das casas superiores a dois milhões de dólares (cerca de 1,94 milhões de euros).

Os especialistas indicam que podem surgiu novos fogos nos próximos dias e que as perdas económicas “poderão ser revistas em alta, talvez mesmo substancialmente”, lê-se num comunicado. Os incêndios já tiraram a vida a dez pessoas.

A estimativa da AccuWeather também contabiliza a perda de salários e a deslocação de habitações para milhares de pessoas em todo o sul da Califórnia, cujos empregos foram afetados, o que pode resultar num grande número de despedimentos ou encerramento de empresas e eliminação de postos de trabalho.

Prevê-se que esta catástrofe venha a agravar a crise dos seguros na Califórnia, uma vez que os prémios de seguro em zonas de alto risco continuam a aumentar e que cada vez mais seguradoras estão a recusar-se a emitir novas apólices. Milhares de casas e empresas danificadas ou destruídas eram propriedades multimilionárias, muitas das quais podem ter sido subseguradas ou não tinham seguro. Os proprietários de imóveis na zona afirmaram que algumas das principais companhias de seguros deixaram de cobrir os incêndios em algumas das zonas afetadas nos últimos meses.

“As famílias e as empresas precisam de poder adquirir um seguro a um preço razoável, mas as companhias de seguros não podem continuar a absorver prejuízos enormes atrás de prejuízos enormes. Esta é uma questão importante que a sociedade precisa de resolver num mundo em que os impactos climáticos extremos são cada vez maiores”, indicou Jonathan Porter.

As autoridades dizem que mais de 1.000 estruturas, na sua maioria casas, foram destruídas pelos incêndios até agora e cerca de 130.000 pessoas continuam sob ordem de evacuação, um número que continua a mudar, adianta a Euronews.

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