Crescimento acelerou na reta final de 2024. Mas economistas apontam para taxa abaixo da meta do Governo

Economistas estimam um crescimento do PIB entre 1,2% e 2,1% em termos homólogos no quarto trimestre. A maioria das estimativas aponta para uma taxa de 1,7% para a totalidade de 2024.

O crescimento da economia portuguesa acelerou no final do ano passado, mas não o suficiente para atingir a meta do Governo de 1,8% na globalidade de 2024, de acordo com a maioria dos economistas consultados pelo ECO, que em média apontam para uma taxa de 1,7%.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na quinta-feira a estimativa rápida da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2024 e da totalidade do ano.

Após um crescimento de 1,9% em termos homólogos no terceiro trimestre e de 0,2% na comparação em cadeia, os economistas esperam uma taxa homóloga entre 1,2% e 2,1% e em cadeia entre 0,2% e 1,2% no quarto trimestre.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, antecipou no Parlamento que “os números do quarto trimestre foram significativamente bons”.

“Existiu uma boa aceleração económica. Os números ainda são provisórios, mas indicam um bom quarto trimestre”, afirmou, destacando uma aceleração dos indicadores de compósito da atividade e do consumo privado.

Esta perspetiva é validada pelos economistas. O Santander e o BPI preveem um crescimento do PIB de 1,7% em termos homólogos e 0,6% em cadeia no quarto trimestre de 2024.

“A atividade económica refletiu a manutenção de um consumo privado resiliente, que poderá ter acelerado face ao trimestre anterior, suportado por um aumento da despesa em bens duradouros”, assinala o Santander.

Paralelamente, indica que o investimento poderá ter recuado em cadeia, mas acelerado em termos homólogos, “refletindo o efeito negativo da variação das existências (que no terceiro trimestre tiveram um contributo positivo)”.

Por seu lado, o BPI considera que os indicadores de consumo e investimento sugerem uma aceleração face ao terceiro trimestre. “Por exemplo, compras e pagamentos com cartões e vendas de carros aceleraram significativamente. No investimento salientamos o bom desempenho das importações de bens de capital e das vendas de cimento. Finalmente, as exportações mostram-se resilientes”, apontam.

O Millennium bcp está mais otimista e estima uma taxa homóloga de 1,9% e em cadeia de 0,8%. “A expansão da atividade económica deverá ter continuado a beneficiar do dinamismo do consumo privado, suportado pelo aumento do rendimento real disponível das famílias, na sequência da redução das taxas de juro, da robustez do mercado de trabalho e das medidas fiscais implementadas neste período“, refere a nota de research. Adicionalmente, salienta o contributo da procura externa líquida, que prevê ser positivo.

As exportações cresceram 4,1% no último trimestre de 2024, naquela que foi a terceira progressão trimestral consecutiva, revela a estimativa rápida divulgada esta quarta-feira pelo INE. No entanto, as importações estão a crescer mais rapidamente: 5,1% nos últimos três meses do ano, face ao período homólogo. Além disso, o ritmo de progressão das transações de bens comerciais abrandou.

Já o Fórum para a Competitividade estima uma aceleração do PIB no quarto trimestre para entre 0,2% e 0,5% em cadeia, a que corresponde uma variação homóloga entre 1,2% e 1,5%, enquanto o NECEP – Católica-Lisbon Forecasting Lab aponta para uma taxa de 2,1% em termos homólogos e 1% em cadeia.

Por sua vez, o Barómetro de conjuntura económica CIP/ISEG projeta uma aceleração do crescimento real em cadeia para um valor compreendido entre 1% e 1,2%.

Apesar desta aceleração, as previsões de crescimento na totalidade do ano fixa-se ligeiramente abaixo dos 1,8% previstos pelo Ministério das Finanças. A maioria das estimativas aponta para uma taxa de 1,7%, com a menor a ser de 1,6% e a maior de 2,1%.

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