Lucros anuais do PSI terão batido quarto recorde seguido em 2024

A Navigator é a primeira da bolsa de Lisboa a apresentar as contas do ano passado, no dia 13, seguindo-se outras três cotadas na semana seguinte. Nove das 15 cotadas do PSI revelam contas este mês.

A Navigator inaugura a época de divulgação de resultados anuais na bolsa lisboeta. Num momento em que a earnings season segue em velocidade cruzeiro nos EUA e na Europa, a papeleira apresenta no próximo dia 13 de fevereiro os números de 2024, que poderá marcar um novo recorde nos resultados do PSI, acima dos 5,5 mil milhões de euros.

“Estamos moderadamente otimistas para a earning season que aí vem. Acreditamos que a maioria das empresas portuguesas vai apresentar bons resultados e isso perspetiva também mais uma boa época de dividendos que é sempre bem vista pelos investidores”, realça Pedro Barata, gestor de ações da GNB.

As 15 empresas cotadas no índice PSI deverão ter fechado o ano com lucros de 5,5 mil milhões de euros, acima dos 5,4 mil milhões de euros registados em 2023, segundo o consenso de estimativas compilado pela Reuters. A confirmar-se trata-se do quarto ano de recordes nos resultados do índice de referência da bolsa lisboeta e o segundo ano em que as empresas da bolsa ganharam mais de cinco mil milhões de euros.

Pedro Oliveira, trader da sala de mercados do Banco Carregosa, acrescenta que “tendo por base os números apresentados pela grande maioria das cotadas norte-americanas e também algumas empresas europeias nestas últimas duas semanas diríamos que as expectativas são positivas para a maioria das cotadas do PSI“.

A papeleira é a primeira a mostrar as contas do último ano, com as previsões compiladas pelos analistas da Reuters a anteciparem que a empresa, que fechou os primeiros nove meses do ano com um crescimento de 20% nos lucros para 241,4 milhões de euros, tenha encerrado 2024 com um resultado líquido de 309,38, 12,5% acima do valor reportado um ano antes.

Depois da Navigator será a vez da Galp, no dia 17 de fevereiro, e da Corticeira Amorim e Semapa, nos dias 20 e 21 deste mês, revelarem contas. A petrolífera, que ganhou 890 milhões de euros até setembro, deverá fechar pelo segundo ano com lucros acima dos mil milhões de euros. Os analistas estimam que a empresa tenha aumentado o resultado líquido, no último ano, em cerca de 62 milhões de euros, para 1.064 milhões. Já nos casos da empresa de cortiça e da Semapa, as estimativas apontam para uma contração dos lucros em 2024.

A terceira semana de fevereiro promete ser a mais agitada desta earnings season, com cinco cotadas do PSI a divulgaram resultados nos dias 26 e 27 de fevereiro (ver tabela abaixo), incluindo três pesos pesados da bolsa. Além do BCP, cujos lucros deverão manter a evolução positiva dos últimos anos, com o consenso de analistas a apontar para um crescimento (modesto) dos lucros para 879,05 milhões de euros face aos 856 milhões reportados em 2023, também o grupo EDP mostra os números da atividade em 2024.

Se os resultados da EDP Renováveis, que baixaram para metade nos primeiros nove meses do ano, deverão ter fechado o período com uma quebra face a 2023, no caso da EDP, as estimativas apontam para um aumento dos lucros de 278 milhões de euros, ou 29%, para 1.230 milhões de euros, com a elétrica a ser mais uma vez a maior contribuidora para os lucros do PSI, seguida pela Galp.

Já a Jerónimo Martins, que apresenta os resultados anuais no dia 19 de março, deverá ter fechado 2024 com números inferiores aos 756 milhões reportados em 2023. A retalhista, que lucrou 440 milhões nos primeiros nove meses do ano, menos 21% que no período homólogo, deverá ter encerrado 2024 com um lucro próximo dos 637 milhões.

Ações com potencial para subir

O gestor da GNB nota que, a confirmarem-se os bons números, “o mercado reagirá positivamente, mas é importante termos sempre em atenção que a direcionalidade do nosso mercado tenderá sempre a ser impactada pelo sentimento dos mercados internacionais”.

Pedro Barata refere ainda que “os principais riscos para a atividade das empresas portuguesas reside, nesta altura, no impacto que as medidas da nova administração americana terão nas trocas comerciais entre países impactando a economia global e dificultando imenso o acerto de quaisquer previsões que se possam querer fazer sobre o futuro”.

“Os analistas estão de facto otimistas para 2025 mas reconhecem que haverá desafios”, concorda Pedro Oliveira. O trader destaca que, “para 2025 é estimado que o índice PSI valorize cerca de dois dígitos percentuais até ao final do ano, no entanto a gestão da dívida será um fator crucial visto que grande parte das empresas terá muitos milhões de euros em obrigações e empréstimos que vencem entre 2025 e 2026″.

“A capacidade das empresas em gerir eficientemente esta dívida e continuar a inovar e crescer será determinante para manter esta evolução positiva em 2025”, remata Pedro Oliveira.

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