Quebra nos despedimentos e precariedade faz cair novas inscrições no IEFP em cadeia
Ao longo de fevereiro, inscreveram-se no IEFP no continente quase 47 mil desempregados. São menos 12.606 do que no arranque do ano. Recuo de contratos a prazo terminados e dos despedimentos explicam.
O número de desempregados que se inscreveram no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ao longo de fevereiro recuou de modo significativo (mais de 21%), face ao que tinha sido registado durante o primeiro mês de 2025. As novas inscrições por fim de trabalho não permanente, e na sequência de despedimento, foram das que mais baixaram, calcula o ECO.
No total, e de acordo com os dados disponibilizados pelo IEFP, 46.667 indivíduos inscreveram-se nos centros de emprego do continente ao longo do mês de fevereiro. É um número muito próximo do registado há um ano (a variação homóloga é de apenas -0,03%), mas é, por outro lado, consideravelmente mais baixo do que o verificado no início de 2024.
Em concreto, depois de um disparo das novas inscrições no arranque do ano, em fevereiro verificou-se uma quebra em cadeia de 21,3%. Tal significa que se inscreveram nos centros do IEFP do continente menos 12.606 pessoas ao longo desse mês do que tinha sido observado durante o mês de janeiro.
Ora, de acordo com as contas do ECO, mais de metade dessa diminuição ficou a dever-se ao recuo do número de inscrições causadas pelo fim de contratos de trabalho não permanentes.
Em concreto, em janeiro, mais de 27 mil pessoas tinham feito a sua inscrição no IEFP após terem visto os seus vínculos a prazo terminarem. Já em fevereiro, o número que pessoas que chegaram ao IEFP por essa razão passou para cerca de 20 mil. Contas feitas, houve um recuo de 7.739 novas inscrições motivadas pelo fim de trabalho não permanente.
Outra das explicações para a diminuição do novo desemprego em fevereiro foi a quebra dos despedimentos. Em janeiro, mais de oito mil pessoas inscreveram-se no IEFP após terem sido despedidas. Já em fevereiro, cerca de sete mil pessoas estiveram nessa situação.
Entre o primeiro e o segundo mês de 2025, houve menos 1.704 inscrições no IEFP depois de o trabalhador ser despedido.
Fim de trabalho não permanente é o principal motivo de inscrições no IEFP
Fonte: IEFP
Os demais motivos de inscrição também registaram reduções em fevereiro, mas menos acentuadas, como mostra o gráfico acima. Por exemplo, houve menos 587 pessoas a inscreverem-se no IEFP depois de se terem despedido e menos 632 após despedimentos por mútuo acordo.
Importa explicar que estas inscrições ocorreram ao longo do mês, pelo que não se pode dizer que todas as pessoas estejam ainda desempregadas. Por outro lado, os totais referidos não abrangem todos os desempregados, uma vez que nem todos se inscrevem no IEFP nos meses referidos.
É de destacar que, no final de fevereiro, havia 338.735 desempregados inscritos no IEFP, mais 2,3% do que há um ano, mas menos 3% do que no mês anterior.
Esse recuo em cadeia veio interromper uma série de subidas consecutivas do desemprego registado (como mostra o gráfico acima), ainda que os economistas entendam que o mercado de trabalho português continua a dar sinais de estabilidade e resiliência.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Quebra nos despedimentos e precariedade faz cair novas inscrições no IEFP em cadeia
{{ noCommentsLabel }}