Exportações voltam a disparar. Cresceram 12% em fevereiro, antes da queda do Governo e da guerra comercial
"As exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +11,9% e +3,3%”, revela o INE. Valores de janeiro foram revistos em alta.
As exportações em fevereiro cresceram 11,9% mantendo a trajetória iniciada em janeiro e com uma nova redução do défice da balança comercial, de 483 milhões de euros, antes da queda do Governo e da guerra comercial. O bom desempenho das vendas de bens ao exterior surge na sequência de trabalhos por encomenda.
“Em fevereiro de 2025, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +11,9% e +3,3%”, revela o Instituto Nacional de Estatística esta quarta-feira.
“O défice da balança comercial diminuiu 483 milhões de euros em fevereiro de 2025, em termos homólogos, atingindo 1.952 milhões de euros”, acrescenta a mesma nota sobre as estatísticas do comércio internacional.
A economia nacional já tinha arrancado o ano com um crescimento homólogo de 11,9% das exportações e de 8,6% das importações de bens, valores revistos em alta em 0,2 pontos percentuais.
O comportamento das exportações de bens foi ainda melhor se excluídos os combustíveis e lubrificantes – o acréscimo homólogo foi de 13,5%, um ligeiro abrandamento de face aos 13,7% de janeiro.
De acordo com o INE, o bom desempenho das exportações nacionais deve-se às transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade). Um exemplo são os trabalhos de processamento. Porque se forem excluídas estas vendas ao exterior, “as exportações registaram um acréscimo mais modesto”, de 1,5% face ao período homólogo”.
Assim, as exportações de fornecimentos industriais aumentaram 37,3%, sobretudo de produtos químicos para a Alemanha. “O aumento nesta categoria ficou a dever-se, essencialmente, ao aumento das transações TTE, que representaram 28% da totalidade das exportações nesta categoria (+23,7 p.p. que no período homólogo)”, explica o INE.
Em termos de destinos, tendo em conta os principais países parceiros de 2024, o maior aumento das exportações foi para a Alemanha (+73,4%), sobretudo de ao nível dos fornecimentos industriais, mas quando excluídas as transações TTE, o acréscimo das exportações para a Alemanha foi de apenas 2,3%. Além disso, as exportações para Espanha subiram 5,9%.
As maiores quebras nas exportações foram registadas para Marrocos (-13%), para o Reino Unido (-11,6%) e para a Bélgica (-6,3%).
Bens de consumo, Máquinas e Combustíveis com os maiores aumentos nas importações
Em fevereiro, as importações de bens aumentaram em termos homólogos 3,3% uma forte desaceleração face ao crescimento de 8,6%, em janeiro. Excluindo combustíveis e lubrificantes, a progressão foi de 2,9%, contra os 9,9% de janeiro e excluindo as transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda as importações aumentaram 4,8%.
Foi da China que Portugal mais bens importou em fevereiro, com um aumento de 30% das importações. As compras aos Países Baixos e a França aumentaram 15,8% e 15,6%, respetivamente.
As importações dos Estados Unidos aumentaram 9,5% em fevereiro, também numa lógica de antecipação das tarifas que se vieram a confirmar.
A quebra mais significativa foi da Irlanda (-36,7%) e do Brasil (-21,5%).
Tal como nas exportações, os preços das importações registou uma variação positiva, +0,4% contra -0,8%, em janeiro de 2025 e -6,0% em fevereiro de 2024. Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi nula (-0,7%, em janeiro de 2025; -6,0% em fevereiro de 2024), sublinha o INE. Os preços das exportações registaram uma variação positiva de 0,5%, quando no mês anterior tinha sido negativa (-0,4%) e no mês homólogo também (-4,5%). “Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi ligeiramente superior, +0,8% (-0,1%, em janeiro de 2025; -3,5%, em fevereiro de 2024)”, refere o INE.
(Notícia atualizada com mais informação)
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