Vladimir Putin anuncia “trégua de Páscoa” na guerra na Ucrânia
Putin anunciou "trégua de Páscoa" no conflito com a Ucrânia. Já Zelensky realçou, entretanto, que os drones russos que continuam nos céus do país invadido mostram a verdadeira atitude de Moscovo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou este sábado que “tréguas de Páscoa” no conflito com a Ucrânia, segundo avança a Reuters. Isto um dia depois de os Estados Unidos terem ameaçado abandonar os esforços para a paz no leste europeu.
Entretanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já assinalou que os drones russos que se mantêm nos céus do país invadido revelam a verdadeira atitude de Moscovo. O responsável atirou ainda que a trégua proposta por Vladimir Putin “é mais uma tentativa de brincar com vidas humanas“.
De acordo com a referida agência, em causa está um cessar-fogo unilateral (isto é, não resulta de qualquer acordo com a Ucrânia), tendo Vladimir Putin ordenado que as forças russas suspendam os ataques entre as 18h00 russas deste sábado (16h00 de Lisboa) e a meia-noite de domingo (22h00 de Lisboa).
“Guiado por considerações humanitárias, o lado russo anuncia uma trégua de Páscoa. Ordeno a interrupção de todas as ações militares durante este período“, indicou Vladimir Putin ao líder do exército russo, numa reunião no Kremlin, de acordo com a Reuters.
“Assumimos que a Ucrânia seguirá o exemplo. Ao mesmo tempo, as nossas tropas devem estar preparadas para repelir possíveis violações da trégua e provocações pelo inimigo“, acrescentou o Presidente russo.
Segundo a agência mencionada, entretanto, Volodymyr Zelenskiy realçou que a Força Aérea ucraniana tem estado a repelir este sábado ataques de drones russos, salientando que tal mostra a verdadeira atitude de Moscovo face à Páscoa e às vidas das pessoas.
Por outro lado, a Rússia informou este sábado que, “como gesto de boa vontade”, 31 prisioneiros de guerra ucranianos feridos foram transferidos em troca de 15 soldados russos também feridos. Já o Presidente ucraniano indicou que 277 “guerreiros ucranianos regressaram a casa do cativeiro russo”, numa troca de prisioneiros com a Rússia mediada pelos Emirados Árabes Unidos.
A trégua anunciada pela Rússia acontece um dia depois de o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter avisado que os Estados Unidos podem abandonar os esforços para um acordo de paz, se não houver progressos nos próximos dias. “Temos de determinar nos próximos dias se [a paz] é viável ou não” e, “se não for possível, temos de passar a outra coisa”, porque “os Estados Unidos têm outras prioridades”, declarou.
Na mesma linha, o Presidente dos Estados Unidos sugeriu, também na sexta-feira, que pode abandonar as negociações com Moscovo e Kiev sobre o conflito na Ucrânia “muito em breve”, se não houver progressos. “Se por algum motivo algum dos lados tornar as coisas demasiado difíceis, diremos apenas: ‘vocês são estúpidos, vocês são idiotas, vocês são pessoas horríveis’, e seguiremos em frente“, assinalou Donald Trump, ainda que tenha acrescentado: “mas espero que não tenhamos de fazer isso“.
Entretanto, a Bloomberg avançou que, num esforço para alcançar a paz no leste europeu, os Estados Unidos estão abertos a reconhecer a Crimeia como território russo.
A Crimeia foi tomada pela Rússia em 2014, na sequência de uma invasão, e a comunidade internacional tem resistido a reconhecer essa região como território russo, de modo a evitar legitimar a anexação que considera ilegal. Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já deixou claro várias vezes que a Ucrânia não cederá nenhuma parte do território à Rússia, como via para alcançar um acordo de paz.
Segundo a Bloomberg, outra das condições previstas na proposta colocada em cima da mesa pelos Estados Unidos é o alívio das sanções que estão, neste momento, impostas à Rússia, bem como a garantia de que a Ucrânia não se juntará à NATO.
Desde que tomou posse, em janeiro, como Presidente dos Estados Unidos tem tentado obter um cessar-fogo rápido na Ucrânia, mas as negociações, até ao momento, não têm sido frutíferas. A guerra na Ucrânia já dura há mais de três anos.
(Notícia atualizada às 16h45 com reação do Presidente da Ucrânia)
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