Nos recruta profissionais neurodivergentes. “Não é por pena. É um programa de talento”, afirma diretor de diversidade

Depois de ter contratado três neurodivergentes no último ano, Nos pretende agora recrutar mais seis, avança ao ECO diretor de diversidade. Equipas receberam formação para facilitar integração.

Pelo segundo ano consecutivo, a Nos está aberta a recrutar profissionais neurodivergentes. Depois de ter contratado três no último ano, está a contar integrar mais seis este ano, avança o diretor de diversidade, André Cruz Alves, em conversa com o ECO. O responsável sublinha que a cotada não está a recrutar por pena, sendo este, antes, um programa de talentos tal como tantos outros dinamizados pela Nos.

“Sabemos que, e está estudado cientificamente, estes perfis são mais aptos e, à vezes, até mais propensos para determinado tipo de funções. Uma grande parte dessas funções é de cariz tecnológico. Sendo a Nos uma empresa de tecnologia, este casamento pareceu-nos fazer muito sentido“, salienta André Cruz Alves.

O programa de neurodiversidade teve a sua primeira edição em 2021 com a tecnológica Critical Software, tendo a Nos se juntado em 2024 (isto é, na quarta edição). O objetivo, explicou na altura a diretora de pessoas, Isabel Borgas, ao ECO, era “demonstrar a forma como estas pessoas, pelas suas valências muito específicas e empenho, podem ser uma mais-valia“.

No mesmo sentido, o diretor de diversidade, André Alves sublinha agora, em conversa com o ECO, que não está em causa um processo de recrutamento por pena, mas um programa de talento, como existe, por exemplo, para os jovens, no caso dos estágios. “Queremos pessoas especiais que provavelmente até tem condições para ter uma performance acima da média“, realça o responsável.

Contratámos três pessoas. Este ano, vamos querer duplicar este número. Já estamos num caminho de crescendo.

André Alves

Diretor de diversidade da Nos

“Contratámos três pessoas. Este ano, vamos querer duplicar este número. Já estamos num caminho de crescendo“, acrescenta o mesmo diretor, que explica que a Nos está à procura de perfis tecnológicos. A experiência exigida depende da vaga em concreto, indica André Alves. Ou seja, mesmo quem não tem experiência poderá ser recrutado, em função das oportunidades que estiverem disponíveis.

No fim de março, houve já um dia aberto para dar a conhecer este programa aos potenciais candidatos. Apesar dos neurodivergentes contratados pela Nos serem, regra geral, jovens, André Alves conta que, no dia aberto, aparecem igualmente pessoas com idades mais avançadas, algumas das quais acompanhadas por familiares e sem experiência alguma no mercado de trabalho. O responsável entende que tal mostra a dificuldade ainda sentida na integração destas pessoas nas vagas de emprego e, consequentemente, a importância de programas como este.

De notar que, no âmbito deste programa, os interessados não se candidatam a uma empresa em particular, mas às três que fazem parte da iniciativa (Nos, Critical Software e Critical Techworks). Depois, a Specialisterne (especialista na integração de profissionais no espetro autista) trata da filtragem e do match entre os candidatos e os empregadores.

Além deste processo de recrutamento diferente do típico, André Alves adianta que o acolhimento de profissionais neurodivergentes implicou também dar formação às equipas, chefias e buddies.

Além disso, há maior tolerância, em termos de modelo de trabalho. “Já temos um formato de trabalho híbrido, mas para estas pessoas somos ainda um bocadinho mais tolerantes nos modelos de trabalho“, detalha o diretor de diversidade.

A Nos tem estado atenta à diversidade há vários anos, mas foi em 2023 que decidiu criar uma área específica, alocando um profissional a 100% a estes temas. “Tudo isto no seguimento de uma estratégia que visa posicionar a Nos como uma empresa mais inclusiva e mais diversa”, observa André Cruz Alves.

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