Royalties musicais atraem investimento de seguradoras
Direitos musicais de Katy Perry, Keith Urban e Benny Blanco entram no interesse das seguradoras por ativos de longo prazo com fluxos de rendimento estáveis.
A Carlyle Group está a ultimar a venda de 464 milhões de dólares em obrigações garantidas por direitos musicais de artistas como Katy Perry, Keith Urban e Benny Blanco, numa operação que contou com forte interesse por parte de companhias de seguros e gestores de ativos ligados ao setor segurador, avançou o Insurance Business.

De acordo com uma fonte próxima do processo, mais de uma dúzia de investidores, incluindo seguradoras, vão participar nesta transação. A emissão tem uma maturidade de 40 anos, com reembolso antecipado previsto ao fim de cinco anos, e está garantida por um portefólio musical avaliado em mais de 750 milhões de dólares. O produto da venda será utilizado para refinanciar dívida existente e distribuir um dividendo aos acionistas da Litmus Music, a plataforma criada pela Carlyle em 2022 com um compromisso de investimento de 500 milhões de dólares, entre capital próprio e dívida.
O interesse das seguradoras por este tipo de operação insere-se na estratégia de diversificação e procura por ativos de longo prazo com fluxos de rendimento estáveis, características valorizadas especialmente no segmento de seguros de vida, produto em que as seguradoras têm compromissos a longo prazo.
O mercado de financiamento baseado em direitos musicais tem ganho tração entre investidores institucionais, apoiado no crescimento das plataformas de streaming e na estabilidade das receitas geradas por catálogos com histórico comprovado. Em 2024, a Hipgnosis Song Management, apoiada pela Blackstone, concretizou uma emissão de 1,47 mil milhões de dólares com base em catálogos de artistas como Red Hot Chili Peppers e 50 Cent. No mesmo ano, Ares Management e HPS Investment Partners participaram num financiamento privado para apoiar a aquisição da Global Music Rights, uma entidade de gestão de direitos sediada em Los Angeles.
Apesar de algum abrandamento no crescimento do streaming e da descida nos preços de aquisição de catálogos, os investidores continuam a considerar os royalties musicais como um ativo relativamente resiliente à volatilidade dos mercados financeiros tradicionais.
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