PP espanhol marca congresso extraordinário para julho por prever eleições antecipadas

  • Lusa
  • 16:43

O líder da oposição espanhola, Alberto Núñez Feijóo, acredita que o Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez está já "em contagem decrescente". Congresso marcado para 5 e 6 de julho, em Madrid.

O Partido Popular de Espanha (PP, conservador) vai fazer um congresso extraordinário em julho, por considerar que há possibilidade de eleições antecipadas no país, disse esta segunda-feira o líder da formação política e líder da oposição espanhola, Alberto Núñez Feijóo. “Temos de estar preparados”, disse Feijóo, em Madrid, numa declaração numa reunião da Comissão Executiva nacional do PP.

O presidente do Partido Popular espanhol afirmou que o Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez está já “em contagem decrescente”, sublinhando que está envolvido em diversos casos de corrupção e que vive um bloqueio no parlamento, onde depende de uma geringonça formada por partidos de esquerda, de direita, independentistas e nacionalistas para aprovar leis como o Orçamento do Estado, algo que não consegue há dois anos.

“Por tudo isso e porque não confio em Sánchez, temos de estar preparados”, afirmou Feijóo. As eleições podem ser antecipadas em Espanha por decisão do próprio Governo, que tem o poder de em votação no Conselho de Ministros dissolver o parlamento.

“Estamos prestes a iniciar um novo ciclo eleitoral e vamos estar preparados”, disse hoje Feijóo, que acrescentou que decidiu convocar um congresso extraordinário “com o objetivo de ativar o partido, prepará-lo para fazer frente nas urnas a Pedro Sánchez e desenhar, desde já, uma alternativa de governo”.

O congresso do PP será em 5 e 6 de julho, em Madrid, e antecipa em quase um ano o congresso ordinário que deveria realizar-se em 2026. O anterior congresso do partido foi em abril de 2022, também extraordinário, para concretizar uma mudança de liderança no PP, face à contestação ao então presidente Pablo Casado.

Feijóo foi eleito líder do PP nesse congresso de 2022 e venceu as últimas legislativas nacionais, em julho de 2023, mas não chegou a primeiro-ministro de Espanha por não ter conseguido reunir uma maioria absoluta no parlamento que aprovasse a sua eleição para o cargo.

Sánchez acabou por ser reconduzido à frente do Governo com o apoio de uma geringonça de oito partidos e é primeiro-ministro desde 2018. Desde que Feijóo está à frente do PP, o partido venceu também as eleições autonómicas e municipais de maio de 2023, as europeias de 2024 e as regionais na Galiza do ano passado.

Além de ser o maior partido no parlamento de Espanha, o PP está à frente dos governos autonómicos de 13 das 19 regiões e cidades autónomas do país. O Partido Socialista (PSOE) governa em quatro regiões, enquanto as Canárias e o País Basco têm executivos liderados por partidos nacionalistas e regionalistas.

Mesmo que não se confirme o cenário de eleições nacionais antecipadas que referiu Feijóo, Espanha inicia no próximo ano um novo ciclo eleitoral, com eleições nas regiões autónomas de Castela e Leão e Andaluzia. Para já, nenhum nome desafiou a liderança de Feijóo à frente do PP e o atual presidente do partido é o único candidato ao cargo no congresso.

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