Trabalhadores não olham só para o salário ao escolher emprego, mas ordenado é o que mais pesa

Além do salário, trabalhadores valorizam equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ambiente de trabalho positivo, segurança no emprego e oportunidades de progressão, quando escolhem emprego.

Na hora de escolher um emprego, os trabalhadores portugueses não olham apenas para o salário, mas o vencimento continua a ser o fator que mais pesa nessa decisão. A conclusão consta de um novo estudo da empresa de recursos humanos Randstad, que indica que os trabalhadores valorizam também, nomeadamente, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, o ambiente de trabalho positivo e a segurança no emprego.

De acordo com essa nova análise, 74% dos trabalhadores ouvidos em Portugal identificam o salário e outros benefícios como o fator que torna uma empresa mais atrativa para se trabalhar.

Segue-se o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, com 64% dos trabalhadores a valorizar este fator. E, depois, o ambiente de trabalho positivo (também com 64% dos trabalhadores ouvidos).

A completar o top cinco estão a segurança no emprego (58% dos trabalhadores) e as oportunidades de progressão na carreira (também com 58% dos trabalhadores ouvidos).

Este ranking está estável face aos últimos três anos, o que reflete “uma consistência clara nas prioridades dos profissionais portugueses“, sublinha a Randstad, que ouviu mais de quatro mil trabalhadores em Portugal.

Se olharmos para a forma como os diferentes perfis de profissionais priorizam estes estes cinco fatores, vemos que embora o salário e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional sejam prioridades comuns a todas as especializações, os restantes critérios variam.

Randstad Employer Brand Research 2025

Há a destacar, contudo, que há diferenças relevantes entre os vários setores de atividade. “Embora o salário e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional sejam prioridades comuns a todas as especializações, os restantes critérios variam”, observa a Randstad.

Por exemplo, no caso dos profissionais da área digital, o ambiente de trabalho não consta entre os cinco fatores mais valorizados. Em vez disso, os profissionais valorizam a possibilidade de trabalhar remotamente.

Locais de trabalho abraçam IA

De acordo com a nova edição do “Randstad Employer Brand Research”, mais de metade dos trabalhadores em Portugal dizem-se motivados no seu emprego atual e 41% afirmam mesmo estar mais empenhados do que no ano anterior. “Reflete uma tendência positiva no compromisso profissional”, salienta a Randstad, que aponta uma ligação direta entre a motivação e a retenção dos trabalhadores.

Por outro lado, a análise agora conhecida revela “uma evolução significativa na adoção da inteligência artificial (IA) nos locais de trabalho em Portugal, com a percentagem de profissionais que utilizam esta tecnologia de forma regular a subir de 11% para 17% num ano”.

Este crescimento é liderado pelos profissionais da área digital (registam a maior taxa de utilização), enquanto “os talentos operacionais apresentam os níveis mais baixos de adoção“.

De notar também que, entre a Geração Z, 27% dos profissionais afirmam utilizar IA com regularidade, uma subida expressiva face aos 17% registados no ano anterior. “Esta geração mostra-se, assim, não só mais recetiva como também mais preparada para integrar novas ferramentas tecnológicas no seu dia a dia“, assinala a consultora de recursos humanos.

A Geração Z assume um papel de destaque neste avanço, com 27% dos jovens profissionais a afirmar utilizar IA com regularidade, uma subida expressiva face aos 17% registados no ano anterior.

Randstad Employer Brand Research

Por outro lado, a percentagem de pessoas que nunca usaram IA diminuiu em todas as gerações: a Geração X registou o maior recuo, passando de 61% para 49%, “o que revela uma maior familiarização intergeracional com estas ferramentas”.

“Paralelamente, o impacto esperado da IA no trabalho também aumentou: 37% dos profissionais preveem um efeito considerável nas suas funções nos próximos anos, face aos 31% do ano anterior”, acrescenta a Randstad, que detalha que a perceção é predominantemente positiva ou neutra em relação a esta tecnologia. Só uma minoria dos trabalhadores ouvidos antecipa efeitos negativos.

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