S&P alerta para o risco de “fragmentação política” atrasar reformas em Portugal
Agência norte-americana acredita que o rumo orçamental em Portugal se mantém no "bom caminho" mesmo com um governo de minoria. Mas já antevê riscos orçamentais em 2026.
A agência norte-americana Standard & Poor’s (S&P) alerta que a “persistente fragmentação política” em Portugal pode “atrasar a implementação das reformas”. Em nota, publicada esta segunda-feira, a S&P desvaloriza, no entanto, o cenário de um governo minoritário – o mais provável depois das eleições deste domingo –, uma vez que a trajetória orçamental do país se mantém no “bom caminho”.
A terceira eleição, no espaço de três anos, destaca a “fragmentação política em curso”, mas a agência de rating recorda que as transições políticas, desde 2015, não causaram “grandes perturbações económicas ou deslizes orçamentais”.
Para este ano, a S&P projeta um excedente de 0,3% do PIB, em linha com o orçamento, o terceiro consecutivo. Ainda assim, podem “surgir riscos orçamentais em 2026”. Por um lado, a falta de um orçamento aprovado e, por outro, a pressão para o país aumentar os gastos militares.
Sem orçamento para o próximo ano, a agência acredita que o país consegue ser gerido em duodécimos com o “orçamento responsável” deste ano e continuar a reduzir a dívida. A S&P antecipa, no entanto, uma redução mais lenta do rácio uma vez que Portugal encaminha-se para subir a despesa militar dos atuais 1,5% do PIB para os 2%, em linha com os objetivos iniciais da NATO. Ainda assim, indica que “é pouco provável” que haja uma inversão da tendência de queda da dívida pública.
A S&P subiu o rating de Portugal, de A- para A, em fevereiro de 2025, e manteve a perspetiva positiva. Na nota, que acompanhava a avaliação à dívida soberana, a agência considerava então que o cenário de eleições antecipadas eram “improváveis” este ano.
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