Escritórios em Portugal ajudam a aumento de faturação de firmas de advogados espanholas

A faturação global das firmas espanholas Garrigues, Cuatrecasas, Uría Menéndez e Gómez-Acebo & Pombo chegou aos 231 milhões de euros em 2024. Escritórios em Portugal ajudaram a este aumento.

Quatro das firmas espanholas com maior faturação a nível global – Uría Menéndez, Garrigues, Cuatrecasas e Gomez Acebo & Pombo – aumentaram o crescimento em 12%. Escritórios em Portugal e na América Latina são os mercados internacionais que apresentam os melhores resultados.

Segundo dados compilados pelo El Pais, os escritórios de advocacia espanhóis ‘de elite’ mantêm seu domínio em Espanha, mas também registam um crescimento expressivo no mercado internacional, onde têm escritórios. E Portugal ajudou a estes números.

O panorama de quatro sociedades espanholas com escritório em Lisboa – Garrigues, Cuatrecasas, Uría Menéndez e Gómez-Acebo & Pombo- revela que a faturação estrangeira destas big four chegou aos 231 milhões de euros em 2024. Em comparação com os 161 milhões obtidos em 2023, um aumento de 12,13%. Esse é o maior aumento desde 2021, que se registou em mais 11,44%. Comparando os dados dos últimos cinco anos, de 2019 (ano da pandemia) até 2024, estes quatro escritórios espanhóis aumentaram sua receita em 43,47%.

A Pérez-Llorca – que se encontra no top 3 como sociedade que mais factura no global – reforçou a sua rede internacional em Londres (inaugurada em 2015), Nova Iorque (2015) e, mais recentemente, abriu novos escritórios em Bruxelas, Singapura e Portugal em 2023. O escritório no México nasceu em 2024. Embora os primeiros números de faturação internacional sejam de 2024, a firma obteve receitas de 165 milhões de euros no total, 33 milhões fora da Espanha.

Gonçalo Capela Godinho, managing partner da Pérez-Llorca em Lisboa. Foto: HUGO AMARAL

E quais são os mercados mais apelativos? Portugal é um deles

A Cuatrecasas foi a que mais gerou receita fora de Espanha, no último ano, com um aumento de 17%. A sociedade de advogados liderada por Javier Fontcuberta obteve receitas de 92,62 milhões de euros em 2024 nos seus dois escritórios em Portugal e 11 internacionais. Mais: de acordo com dados do seu último relatório de sustentabilidade — o único atualizado e publicado até o momento — 6,7% das receitas de 2024 foram provenientes de Portugal. O que não significa que 6,7% das receitas são provenientes dos escritórios de Portugal. Porque os advogados em Espanha, na América Latina e noutros escritórios podem ter clientes em Portugal, e, ao mesmo tempo, em Portugal o escritório ter no país, mas também em Espanha, França, Estados Unidos, etc.

a Uría Menéndez é a sociedade que mais aumentou. Liderada por Salvador Sánchez-Terán, gerou receitas de 64,52 milhões fora da Espanha no ano passado. A faturação dos escritórios estrangeiros agora representa 21,83% da receita global da empresa, sendo Portugal o país que mais contribuiu para isso. Fora da Península Ibérica, os escritórios no Reino Unido (Londres) e na Bélgica (Bruxelas) também dão uma contribuição significativa. A Uría também gera negócios na América Latina através da PPU no Chile, Colômbia e Peru.

No ano passado, a Garrigues gerou um total de 62,66 milhões no mercado internacional, equivalente a 13% da sua receita global, o que representa um aumento de oito pontos percentuais em relação a 2023. A firma de advogados liderada por Fernando Vives afirma que o México “é o seu segundo maior mercado”. Os restantes escritórios da América Latina (Colômbia, Chile, México e Peru), além dos de Portugal (Lisboa e Porto), também contribuíram para esses resultados. Atualmente, a empresa tem 15 escritórios espalhados pelo mundo.

Por fim, a Gómez-Acebo & Pombo faturou 11,53 milhões de euros em 2024, o que representa 11,51% do seu faturamento global. Sendo a firma que mais cresceu, fora de Espanha, no último ano, com 28%. Lisboa e Londres tornaram-se os bons exemplos da firma liderada por Íñigo Erláiz. “Ambos os escritórios tiveram um aumento significativo de mais de 25%”.

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