Lucros dos bancos resistem à descida dos juros

Margem financeira dos maiores bancos caiu 8% no arranque do ano, mas lucros dos bancos ainda resistem à baixa das taxas de juro.

A redução das taxas de juro já está a afetar a margem financeira dos bancos, mas os lucros das cinco principais instituições financeiras em Portugal resistiram nos três primeiros meses do ano, estabilizando nos 1,22 mil milhões de euros em termos agregados.

Ainda assim, nem todos os bancos tiveram o mesmo nível de resistência. Por exemplo, Santander e Novobanco viram os seus lucros baixarem para 268,8 milhões e 177,2 milhões, respetivamente.

A Caixa e BCP mostraram estabilidade nos resultados graças à reversão de imparidades. E o BPI registou um lucro mais elevado agora do que há um ano porque contabilizou os dividendos de Angola neste primeiro trimestre (em vez de no segundo, como em 2024) e sem isso também teria observado uma descida do resultado.

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Os banqueiros estão a contar com “normalização” dos seus resultados devido à descida das taxas de juro. Desde o verão passado que o Banco Central Europeu (BCE) inverteu o rumo da política monetária e começou a baixar as taxas oficiais, condicionando a capacidade de os bancos obterem rendimentos mais elevados com empréstimos que concedem às famílias e empresas.

Por conta disso, a margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – já comprimiu nos três primeiros meses do ano: caiu quase 8% para 2,2 mil milhões de euros.

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Neste particular, o Santander foi o mais afetado: a margem caiu quase 20%. A Caixa teve uma redução da margem de 11%. No BPI e Novobanco, observaram-se quedas de 9% e 7%, respetivamente. O BCP foi o único dos grandes bancos que viu a margem subir, mas deve essa evolução positiva ao negócio na Polónia.

As comissões bancárias subiram para 630 milhões, o que acabou por atenuar um pouco a queda da margem financeira.

Por seu turno, os custos operacionais voltaram a subir: no BCP aumentou 10% com o CEO Miguel Maya a admitir que ainda está a sentir o impacto da inflação elevada dos últimos dois anos. A subida dos custos fez com que o rácio de eficiência se deteriorasse, mas a banca portuguesa mantém-se como das mais eficientes entre pares europeus com rácios cost-to-income abaixo dos 40%.

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Crédito perto dos 200 mil milhões

Para contrariar o impacto da descida das taxas de juro, os bancos esperam um aumento do negócio com mais crédito concedido à economia.

Os dados mostram que a carteira de empréstimos dos cinco maiores bancos em Portugal cresceu 5% e está perto da barreira dos 200 mil milhões de euros. Todos os bancos aumentaram as suas carteiras, com o Santander e a Caixa a destacarem-se com crescimento de 9% e 7%, respetivamente.

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Para dar suporte à concessão de crédito, os bancos contam com uma base de depósitos de 230 mil milhões de euros no final de março, mais 5,5% em comparação com março de 2024.

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