Rússia vai enviar condições para acordo com Kiev após troca de prisioneiros

  • Lusa
  • 23 Maio 2025

"Assim que a troca de prisioneiros de guerra estiver concluída, estaremos prontos para transmitir ao lado ucraniano o esboço do documento que o lado russo está a ultimar", disse Serguei Lavrov.

A Rússia vai enviar à Ucrânia um documento com as suas condições para pôr fim à invasão lançada em 2022, após a troca recorde de prisioneiros com Kiev, prevista para domingo, anunciou esta sexta-feira o chefe da diplomacia russa. “Assim que a troca de prisioneiros de guerra estiver concluída, estaremos prontos para transmitir ao lado ucraniano o esboço do documento que o lado russo está a ultimar”, disse Serguei Lavrov, num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Segundo Lavrov, o texto “estabelece as condições para um acordo sustentável, abrangente e de longo prazo para a solução” do conflito na Ucrânia. Espera-se que Kiev também prepare o seu documento, no seguimento das negociações diretas entre russos e ucranianos há uma semana em Istambul, Turquia, as primeiras desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.

Como resultado do encontro na cidade turca, as duas partes estão a ultimar a troca de mil prisioneiros de cada lado. Esta sexta foram trocados 270 soldados e 120 civis de cada lado, num processo que deverá continuar no sábado e no domingo.

A Rússia, cujo Exército ocupa quase 20% do território ucraniano, continua a impor as suas exigências maximalistas, que implicam o reconhecimento de quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia) e a península anexada da Crimeia, a desmilitarização do país vizinho e a recusa da sua adesão à NATO.

Por seu lado, Kiev, mais os seus aliados ocidentais, exige uma trégua antes de conversações de paz com o Presidente russo, Vladimir Putin, e não abdica da soberania sobre as regiões parcialmente ocupadas. Citado pela agência russa TASS, Serguei Lavrov disse que é improvável que Moscovo aceite conversações de paz com a Ucrânia no Vaticano em meados de junho, conforme foi noticiado pela imprensa norte-americana.

Seria um pouco deselegante que países ortodoxos discutissem questões relacionadas com a eliminação das causas básicas [da guerra] em território católico”, comentou o ministro russo, considerando que essa possibilidade não seria igualmente “muito confortável” para o próprio Vaticano.

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