Venda do Novobanco entra na reta final com tudo em aberto
Lone Star tem duas ofertas em cima da mesa do BPCE e Caixabank. Franceses estão na frente, mas americanos mantêm a opção da bolsa em aberto. Venda do Novobanco está por dias.
A Lone Star prepara-se para decidir o futuro do Novobanco nos próximos dias. O processo de venda da instituição financeira entrou na reta final e, neste momento, está tudo ainda em aberto. Os franceses do Groupe BPCE parecem estar na frente da corrida. Mas os americanos vão manter todas as cartas em cima da mesa, incluindo a bolsa, antes de tomarem uma decisão final.
Além do banco francês, o fundo de private equity tem outra proposta do Caixabank. Desde o início do processo que o grupo catalão era tido como um dos principais candidatos na aquisição do Novobanco, por conta das sinergias que podiam resultar de uma fusão com o BPI.
A oposição do Governo português, que não quer que os bancos espanhóis aumentem o seu peso e influência no mercado nacional, poderá ter constrangido o banco liderado por Gonzalo Gortázar na oferta que apresentou à Lone Star pelo banco português. E, consequentemente, ter deixado os franceses na pole position, ainda que, apesar da forte presença em Portugal, através do centro de desenvolvimento tecnológico do Natixis no Porto, tenham menos a beneficiar em termos de sinergias do que o Caixabank.
Para trás ficaram outros candidatos, incluindo a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BCP. O CEO do banco público, Paulo Macedo, admitiu publicamente que podia ter interesse no negócio de empresas do Novobanco, mas assumiu que seria “complexo” fazer uma separação do banco. Miguel Maya, CEO do BCP, também mostrou muitas dúvidas relativamente ao valor que podia extrair para os seus acionistas com a aquisição do Novobanco.
Maior IPO em 10 anos à espreita
A Lone Star mantém ainda em aberto a venda da instituição portuguesa em bolsa. O ECO avançou na semana passada que o banco liderado por Mark Bourke estava a trabalhar com os assessores no sentido de ter tudo pronto para lançar a oferta pública de aquisição (IPO, na sigla em inglês) na segunda quinzena deste mês, caso a Lone Star veja esta solução como aquela que permite maximizar o retorno do investimento de mil milhões de euros feito em 2017.
A janela do IPO foi aberta no início do mês pelos acionistas. E o prospeto – documento obrigatório para poder avançar com a operação — encontra-se numa fase adiantada de avaliação na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em cima da mesa está a perspetiva de se avançar com a dispersão de 25% a 30% do capital do Novobanco, em função da participação de cada acionista: Lone Star (75%), Fundo de Resolução (13,54%) e Direção-Geral do Tesouro e Finanças (11,46%).
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Em março, a casa de investimento espanhola JB Capital avaliou o Novobanco entre 5,5 mil milhões de euros e 7,5 mil milhões. A agência de rating Standard & Poor’s notou que o Novobanco poderá protagonizar o maior IPO de um banco europeu em mais de uma década.
Para o mercado de capitais português seria uma boa notícia. A bolsa tem vindo a perder cotadas nas últimas décadas. De resto, em termos de bancos, apenas o BCP resiste nos altos e baixos do PSI, depois de uma razia autêntica na última década, com as saídas do BES e Banif (por falência) e do BPI (após a OPA do Caixabank).
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