Dívida pública sobe 5% desde o início do ano e atinge recorde de 284,5 mil milhões

O endividamento do Estado aumentou 3,18% em maio face ao mesmo mês de 2024, marcando o quarto mês consecutivo de aumentos homólogos acima dos 3%.

A dívida pública aumentou 3,7 mil milhões em maio para um novo recorde de 284,5 mil milhões de euros. Desde o início do ano, o endividamento na ótima de Maastricht já cresceu 5,1%.

“Esta variação refletiu o aumento dos títulos de dívida (+3,5 mil milhões de euros), sobretudo de longo prazo, e dos certificados de aforro (+0,5 mil milhões de euros), que foi parcialmente compensado pela diminuição dos certificados do Tesouro (-0,2 mil milhões de euros) e dos empréstimos (-0,1 mil milhões de euros)”, assinala o Banco de Portugal na informação estatísticas divulgadas esta terça-feira.

Os dados traduzem um crescimento homólogo de 3,18% da dívida pública em maio. Foi o quarto mês consecutivo com uma evolução acima dos 3%, o que não acontecia desde julho de 2021.

O valor absoluto da dívida pública tem vindo a aumentar desde dezembro. Olhando apenas para os primeiros cinco meses do ano, o endividamento aumentou 5,13% ou 13,89 mil milhões de euros.

O montante dos depósitos da administração pública também cresceu em maio. “Os ativos em depósitos das administrações públicas totalizaram 24,3 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 3,8 mil milhões de euros relativamente a abril. Deduzida desses depósitos, a dívida pública diminuiu 0,1 mil milhões de euros, para 260,3 mil milhões de euros“, assinala a nota estatística do Banco de Portugal.

A dívida do Estado tende a aumentar mais no primeiro semestre, quando o IGCP, a agência responsável pelo crédito público, concentra a maior parte das emissões. O IGCP informou esta segunda-feira que executou até final de maio quase metade (46,6%) do objetivo anual de emissão no plano de financiamento anual. Considerando apenas Obrigações de Tesouro, e incluindo o leilão de junho, a execução segue mais avançada com a emissão de 67% da meta anual de 20,5 mil milhões de euros.

A dívida das administrações públicas em percentagem do PIB situou-se nos 96,4% no final do primeiro trimestre, segundo os dados do Banco de Portugal.

O endividamento será pressionado nos próximos pelo incremento do investimento em defesa, acordado no seio da NATO. O ex-ministro das Finanças, João Leão, afirmou numa entrevista recente ao Jornal de Negócios que “Portugal vai deixar de conseguir reduzir a dívida pública”.

(Notícia atualizada às 11h47)

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