Antiga central da EDP no Freixo transformada em projeto imobiliário de 200 milhões
O projeto Central Freixo, da autoria do arquiteto Souto de Moura, contempla numa primeira fase a construção de três edifícios de apartamentos e comércio em torno de uma praça central.
Nos antigos terrenos da central termoelétrica da EDP, no Freixo, vai nascer um “dos maiores projetos imobiliários do Porto”, com habitação, comércio, serviços e espaços públicos. A construção da primeira fase arranca no final do ano.
O fundo de investimento europeu Ginkgo Advisor e a Emerge, empresa de desenvolvimento e promoção imobiliária do grupo Mota-Engil, vão investir 200 milhões de euros no projeto batizado de Central Freixo, que vai ser apresentado esta quarta-feira no Porto.
A primeira fase do projeto contempla três edifícios com cerca de 14 mil metros quadrados de área edificada (66 apartamentos de tipologias T0 e T3 e dez espaços para comércio e serviços), organizados em torno de uma praça pública. Estão também previstas dez moradias sobre o rio.
Ao todo, a primeira de cinco fases do projeto, que se estende entre a Rua do Freixo e a Avenida Paiva Couceiro, prevê 5.384 metros quadrados de construção e 31.418 metros quadrados de áreas de cedência pública.
As quatro fases seguintes têm uma previsão de dois anos e meio cada, dependendo do ritmo de absorção do mercado perante o projeto.
Desativado há várias décadas, este polo industrial será alvo de um processo de regeneração urbana que contempla a descontaminação de solos industriais e a revitalização de uma zona da cidade desaproveitada.
O projeto de arquitetura do Central Freixo, assinado pelo gabinete Souto Moura Arquitectos, define o rio como ponto de partida. “O tema deste fragmento de cidade é o rio. Tudo é feito em função do rio”, afirma o arquiteto Eduardo Souto de Moura, galardoado com o Prémio Pritzker em 2011.
“Chegar a este monte de pedra e fazer uma cidade, com miúdos a brincar, com gente a viver, é uma coisa comovente”, confessa o arquiteto. Por esse motivo, a intervenção respeita o relevo e a memória do lugar: muros antigos, ladeiras, casas assentes sobre estruturas de suporte, praças e veredas inspiradas no centro histórico do Porto.
Chegar a este monte de pedra e fazer uma cidade, com miúdos a brincar, com gente a viver, é uma coisa comovente.
“Temos praças, temos jardins, temos alamedas como nas Fontainhas”, descreve o arquiteto, acrescentando que este projeto “tem as condicionantes todas para ser bom, pedir mais é quase impossível”. “O sítio é este. A nova cidade do Porto vai ser aqui”, afirma Souto de Moura.
A construção da primeira fase do Central Freixo deverá arrancar no final de 2025 e terá uma duração estimada de dois anos. A comercialização, que terá início no outono, contará com o apoio das consultoras Dils e Savills, parceiras para os mercados nacional e internacional.
Nesta zona da Campanhã está a ser reconstruído o antigo Matadouro do Porto, que deu lugar ao M-ODU, com abertura prevista para o próximo ano. Este investimento de 40 milhões de euros por parte da Mota-Engil contará com escritórios e restauração.
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