Spread do crédito da casa está em queda há dez anos

Margem comercial dos bancos nos contratos com taxa variável continua a contrair. Atingiu os 0,89 pontos percentuais no ano passado.

O spread do crédito à habitação está em queda há uma década, tendo atingido os 0,89 pontos percentuais em termos médios nos contratos de empréstimo da casa que foram celebrados no ano passado, segundo o Banco de Portugal.

O spread corresponde à margem comercial dos bancos nos empréstimos da casa e cuja taxa inclui ainda o chamado indexante, normalmente a Euribor a três, seis ou 12 meses.

Em 2014, o spread médio estava acima dos 3 pontos percentuais e, desde então, tem vindo a cair de forma ininterrupta. Em 2023 rompeu a barreira de 1 ponto percentual, quando atingiu os 0,93 pontos. Voltou a cair no ano passado, de acordo com o Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito, que o supervisor divulgou esta quarta-feira.

Os dados mostram que a maioria dos contratos celebrados a taxa variável (68,5%) tinha spreads entre 0,5 e 1 pontos percentuais, sendo que a importância desde intervalo de spreads diminuiu em relação ao ano anterior (73,7%). Também decresceu o peso dos contratos com spreads entre 1 e 1,5 pontos percentuais.

Em contrapartida, “aumentou significativamente” a proporção de contratos com spreads até 0,5 pontos, que “passaram a representar 14,7% dos novos contratos a taxa variável, o que compara com 5% em 2023”.

Spread em queda há uma década

Fonte: Banco de Portugal

Euribor a 12 meses ganha peso

O relatório do Banco de Portugal dá conta ainda de que a Euribor a 6 meses continua a ser o indexante preferido das famílias portuguesas, tendo representado 54,2% dos novos contratos de empréstimo da casa com taxa variável – embora diminuindo de peso em relação ao ano anterior (72,1%).

Mas destaca-se o aumento da proporção de contratos com a Euribor a 12 meses, que passou de 4,7% para 29,8% dos novos empréstimos celebrados. Porquê? “Este aumento deveu-se à queda do valor da taxa Euribor a 12 meses, a partir do final de 2023, para valores abaixo da Euribor a 3 e 6 meses, tornando a Euribor a 12 meses mais atrativa para os clientes bancários que optaram por contratar a taxa variável”, explica o supervisor.

Em sentido inverso, a Euribor a 3 meses perdeu importância: em 2023, representava 16,7% dos novos contratos; em 2024 esse peso passou para metade (8%).

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