Firefly quer tornar mais seguro andar de bicicleta

O sistema de sinalização LED, que se fixa ao capacete, permite a ciclistas assinalar mudanças de direção ou travagens com movimentos da cabeça. A empresa Thowra, sediada em Aveiro, procura capital.

De uma preocupação pessoal com a segurança dos filhos quando iam para a escola de bicicleta surgiu a Firefly, um sistema de sinalização LED que se fixa ao capacete e permite a ciclistas, assinalar mudanças de direção ou travagens com movimentos da cabeça, sem necessidade de usar as mãos. O sistema tem uma campanha de crowdfunding a decorrer.

“O Firefly nasceu de uma preocupação pessoal”, diz Artur Matos. “Não nos sentíamos à vontade em deixar os nossos filhos irem sozinhos de bicicleta para a escola. Por isso, decidimos criar algo que os tornasse — a eles e a todos os utilizadores — mais visíveis, seguros e confiantes no trânsito”, diz o CEO da Thowra, empresa cofundada com Eduardo Correia, com sede em Oiã, Aveiro.

O produto, ainda a ser completado, já foi apresentado no final de junho na Eurobike, feira internacional de bicicletas localizada, em Frankfurt, diz a empresa que, neste momento, tem a decorrer uma campanha de crowdfunding na Indiegogo. Procura ‘levantar’ 23 mil euros.

“Optámos por uma campanha de crowdfunding como forma de validação de mercado e pré-venda direta ao público. Acreditamos que o modelo se enquadra mais no core do Firefly, aumentando a proximidade com a comunidade e criando ligações duradouras com os apoiantes, com a possibilidade dos mesmos terem um impacto direto no projeto seja monetariamente ou através de feedback”, começa por dizer Artur Matos quando questionado do porquê desta opção de financiamento.

“Os 23 mil euros foi um valor pensado estrategicamente. Não só é um valor que nos permite chegar a um número de produção sustentável, como nos permite estar alinhados com os objetivos SMART. Caso a meta seja alcançada, prevemos conseguir produzir cerca de mil unidades, o que seria suficiente para despachar as encomendas da campanha, e manter um nível de stock suficiente para os tempos seguintes (já a pensar em canais físicos e online)”, continua.

Por agora, “estrategicamente”, o Firefly está a ser vendido somente no Indiegogo. “Como o produto não está 100% pronto (está perto), a campanha permite-nos mostrar um produto na sua versão quase final e integrar o feedback dos apoiantes na sua versão final, por isso ser importante apoiar a campanha e não esperar até que o produto esteja no mercado, e daí vem o nosso apelo. Este é um projeto de pessoas para pessoas”, diz.

“Assim que o produto estiver pronto para sair para o mercado, estamos a planear coloca-lo em lojas físicas de países alvo (Portugal, Alemanha e Países Baixos são só alguns), e em marketplaces online que definirmos como interessantes (Amazon, Allegro, Worten, por exemplo)”, detalha.

No Indiegogo o Firefly tem 50 euros de custo — “se optarem por um combo, o preço por unidade pode chegar aos 45 euros”. No final da campanha, “dependendo do que conseguirmos angariar o preço pode subir um pouco, mas o nosso objetivo é fazer os possíveis para manter o preço o mais próximo do da campanha possível”, diz.

O Firefly tem uma estrutura em polietileno, resistente ao impacto, com eletrónica incorporada, LED e sinal sonoro, sendo ativado apenas com movimentos ligeiros da cabeça, para sinalizar mudanças de direção ou travagem, permitindo ao ciclista, mas também a quem usa trotinetes, por exemplo, dar essas indicações sem retirar as mãos do guiador ou o olhar da estrada.

Ajustável aos capacetes, o produto pesa 100 gramas, é recarregável por carregador magnético e tem uma autonomia até oito horas. É ainda compatível com uma aplicação que permite “ajustar a sensibilidade do sensor de movimento”, “consultar o histórico de trajetos e estatísticas” e “sincronizar viagens em grupo”, descreve a empresa.

A produção será feita “sempre que possível in house, na sede da Thowra, em Oiã, Aveiro. Na eventual necessidade de subcontratação, a mesma será feita recorrendo única e exclusivamente ao mercado português”, diz o cofundador.

Composta por seis pessoas, a empresa de engenharia tem produção própria em Oiã e foca-se em mobilidade urbana. Tem duas patentes registadas, “a mobilidade urbana e na eficiência energética — e novos projetos em curso, aliamos tecnologia, utilidade, sustentabilidade e segurança com vontade de impactar positivamente o mundo e compromisso com a sociedade”, diz

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Firefly quer tornar mais seguro andar de bicicleta

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião