Procura por petróleo cresce este ano ao nível mais baixo desde 2020

Se excluído o ano de 2020, que foi o primeiro ano da pandemia de covid-19, o crescimento da procura por petróleo este ano é o mais baixo desde 2009.

A procura por petróleo, este ano, deverá crescer ao ritmo mais baixo desde 2009, excluindo o ano zero da pandemia de covid-19, que foi 2020, estima a Agência Internacional de Energia.

A informação é partilhada pela entidade no âmbito do último relatório sobre este mercado, lançado esta sexta-feira. A AIE aponta para que a procura cresça na ordem dos 700 mil barris por dia em 2025. Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, houve um abrandamento, “com o consumo nos mercados emergentes a ser particularmente fraco”, lê-se no relatório.

No entanto, a AIE espera uma recuperação no próximo ano, apontando para um aumento da procura de 720 mil barris por dia em 2026, até chegar a um total de 104,4 milhões de barris diários.

As margens de refinação decresceram em junho, como consequência do “rally” nos preços do crude, mas em julho retomaram máximos ao registarem-se diferenças superiores entre os preços do diesel e do crude. Os preços do crude aumentaram cerca de 7 dólares por barril em junho, tendo negociado no intervalo “largo” entre os 65 dólares e os 80 dólares por barril. A meio do mês passado, os ataques aéreos de Israel ao Irão contribuíram para a subida.

O escalar de tensões geopolíticas verificou-se na face de um mercado aparentemente sobreabastecido“, resume a AIE. Em julho, a Organização de Países Produtores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) anunciou subidas acima do esperado na produção prevista para agosto, anulando em 80% os cortes de produção que datam de 2023. “Relatos sugerem que a organização deverá continuar com aumentos de grande dimensão em setembro”, indica ainda a agência, “o que compara com um crescimento moderado que é esperado ao nível da procura”.

A equilibrar o mercado está a política de segurança energética da China, que tem ditado uma absorção relevante da produção através do armazenamento. No segundo trimestre deste ano, os inventários da China “dispararam” 82 milhões de barris, o equivalente a 900 mil barris por dia. “As empresas chineses deverão continuar a liderar a expansão dos inventários, com o passo de armazenamento nos próximos meses a ser chave para o equilíbrio do mercado“, conclui a AIE.

O barril de Brent, referência para a Europa, está a valorizar 0,54% para os 66,62 dólares por barril esta sexta-feira, embora no acumulado do ano registe uma quebra de 10,74%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Procura por petróleo cresce este ano ao nível mais baixo desde 2020

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião