Crédito de 6,5 mil milhões do FEI vai financiar 40 mil empresas. A bola está do lado dos empresários

Garantia do FEI permitirá aos bancos parceiros oferecer condições de financiamento mais vantajosas através de juros mais baixos e menores exigências de colaterais e entradas iniciais reduzidas.

As PME portuguesas vão poder aceder a 6.500 milhões de euros de crédito acessível, garantido pelo Fundo Europeu de Investimento (FEI), para investirem em projetos de inovação, competitividade e sustentabilidade. O acordo foi assinado esta sexta-feira e a meta é financiar projetos desenvolvidos por mais de 40 mil empresas. Agora a bola está do lado dos empresários.

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Têm de ser os empresários a encontrar a melhor forma de tirar partido destes apoios que lhes permite fazer uma modernização e reforçar a sua capacidade competitiva”, disse ao ECO o presidente executivo do BCP. “É um desafio que envolve todos: o BPF, os bancos comerciais e, sobretudo, os empresários”, acrescentou o Miguel Maya.

“Hoje já temos os instrumentos financeiros. Agora tem de haver o apetite das empresas”, disse ao ECO, por seu turno, o antigo ministro da Economia. António Costa Silva considera que Portugal tem “um tecido empresarial que precisa de fazer esses investimentos, mas as empresas têm de se mobilizar e ver se conseguem fazer a aplicação de todos esses instrumentos”.

“No fundo, é preciso que os empresários tenham projetos capazes de ser apoiados e que esgotem este modelo de financiamento”, acrescentou.

Para o atual ministro da Economia não há dúvidas: há apetite para estes 6,5 mil milhões e muito mais. “Estou confinante” que as empresas terão capacidade para absorver estas verbas e “já estamos a pensar que estas linhas possam ser reforçadas”, disse ao ECO, Manuel Castro Almeida.

O entusiasmo é partilhado pelo chairman do Banco de Fomento. Carlos Leiria Pinto disse ao ECO que estão “confiantes” porque “os resultados destes primeiros programas são excelente”. “A adesão das empresas tem sido enorme e temos de criar esta sequência de novos produtos para continuara injetar liquidez na economia portuguesa”, sublinhou o responsável.

O chairman do BPF recorda que este é “um programa em linha com o mandato” do banco, “que é apoiar as PME e os grandes projetos estruturantes para Portugal” e que vai “permitir ter poder de fogo para ajudar as empreas portuguesas a investir”. “É preciso dizer que este já vai ser o terceiro programa do nosso mandato. No primeiro semestre, lançámos um primeiro programa que teve imenso êxito, o InvestEU, e há três semanas lançámos o primeiro programa dirigido às empresas exportadoras, de forma a ajudá-las a enfrentar estes enormes desafios por causa das taxas da Administração Trump”, recorda o responsável.

“A economia portuguesa precisa de muito investimento que há-de vir de capitais próprios das empresas ou da banca. A banca, por sua vez, tem limites ao crédito que concede e aos riscos que corre”, afirmou o responsável.

“O Banco de Fomento vai ter o papel de garantir uma parte dos riscos, para que seja mais fácil aos bancos emprestar às empresas, a juros mais baixos, porque há uma parte do crédito que não tem risco nenhum porque a Europa cobre completamente o risco e da mesma forma como empresta com menos risco pode emprestar mais dinheiro”, sublinha o responsável que acumula agora a pasta da Economia e da Coesão.

“Podemos ter as empresas a ter o dobro do dinheiro a metade do preço, metade da taxa de juro, em números redondos”, rematou.

Além da redução da taxa de juro, a garantia do FEI permitirá aos bancos parceiros oferecer condições de financiamento mais vantajosas através de menores exigências de colaterais e entradas iniciais reduzidas”. As empresas vão ainda poder “disponibilizar prazos de reembolso mais longos, montantes de financiamento mais elevados e apoiar segmentos habitualmente excluídos, como as startups”, explicou o Ministério da Economia numa nota à imprensa.

As linhas de financiamento destinam-se a empresas que invistam nas áreas da inovação, digitalização, sustentabilidade, competitividade e agricultura.

Para os bancos comerciais portugueses poderem avançar, com estas linhas de crédito, terão agora de concorrer. E, segundo a nota do Ministério da Economia, o FEI já fez sair um aviso com um convite para “selecionar os bancos portugueses que irão operacionalizar os empréstimos garantidos ao abrigo do programa, sendo expectável que a assinatura das primeiras operações decorra antes do final de 2025”.

O “InvestEU Fomento-FEI” é apoiado por 450 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), resultado da reprogramação da bazuca, 50 milhões de euros de garantia pública do Orçamento do Estado e 490 milhões de euros de recursos do FEI. Com este montante será possível mobilizar 6,5 mil milhões de euros em investimento.

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, revelou que as empresas vão ter disponíveis 50 milhões de euros, nestes produtos, para ajudar a suportar os juros.

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