Taxa de juro na habitação cai pelo 17.º mês para 3,479%

A queda das taxas Euribor voltou a provocar uma queda da taxa de juro na habitação em junho, aliviando pelo 17.º mês consecutivo a pressão sobre o orçamento das famílias com crédito à habitação.

Em junho, a taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação registou uma descida para 3,479%, menos 9,1 pontos base face à taxa registada em maio, que se traduz em mais um sinal de alívio no bolso das famílias.

Os dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que esta tendência de queda do custo financeiro na habitação é transversal à construção, aquisição e reabilitação de casas, ao apresentar em todos os casos a 17.ª queda consecutiva mensal da taxa de juro.

Esta redução dá continuidade à trajetória descendente iniciada após o pico de janeiro de 2024, quando os juros atingiram o máximo de 4,657%. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro foi ainda mais simpática. “Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu de 3,057% em maio para 2,951% em junho”, refere o INE em comunicado.

A quebra das taxas de juros faz-se sentir nas prestações mensais dos portugueses com crédito à habitação. Segundo o INE, a prestação média desceu em junho para 394 euros, menos 1 euro em relação a maio e 11 euros abaixo do valor registado há um ano. Ou seja, para uma família média, a fatura mensal da casa ficou 2,5% mais leve face a junho do ano passado.

Destes 394 euros, 52% referem-se a pagamento de juros (206 euros), enquanto os restantes 48% dizem respeito à amortização de capital (188 euros). Nos contratos mais recentes (últimos três meses), a prestação média caiu 11 euros, situando-se agora nos 630 euros, embora ainda corresponda a um aumento homólogo de 5,5%.

Apesar do alívio nos juros e prestações, o montante médio do capital em dívida voltou a aumentar, fruto da subida dos valores dos contratos mais recentes. Em junho, “o capital médio em dívida para a totalidade dos créditos à habitação aumentou 635 euros, atingindo 71.677 euros”, destaca o INE.

nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio em dívida aproximou-se dos 157.350 euros, o que representa um acréscimo de 3.633 euros (mais 2,4%) comparado com maio, e um aumento homólogo de 24,9%. Este crescimento reflete, em parte, o peso das novas operações de crédito e o encarecimento dos imóveis adquiridos atualmente.

A queda das taxas de juro implícitas confirma que, pelo menos para já, a tendência de agravamento do esforço financeiro das famílias dá sinais de travagem. Contudo, o valor médio das prestações e o capital médio em dívida alertam para o impacto dos preços elevados da habitação, criando desafios acrescidos a quem entra hoje ou recentemente no mercado.

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