Lucro do Abanca sobe quase 4% no primeiro semestre. Eurobic dá mais de 27 milhões
Banco galego lucrou 427,1 milhões de euros na primeira metade do ano, com Eurobic a contribuir com mais de 27 milhões. Governo contra banca espanhola? "Não temos razões de queixa", diz Escotet.
O Abanca lucrou 427,1 milhões de euros no primeiro semestre, correspondendo a uma subida de 3,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, anunciou esta segunda-feira a instituição espanhola. O Eurobic, adquirido no ano passado, contribuiu com 27,1 milhões para este resultado.
Em conferência de imprensa, o presidente Juan Carlos Escotet destacou que o Abanca foi dos poucos bancos que, apesar da descida das taxas de juro, conseguiu manter um crescimento na margem financeira: aumentou 4,5% para 802,1 milhões de euros.
As comissões aceleraram 18,8% para 182,3 milhões, permitindo ao banco somar mais 6,9% no produto bancário, que ascendeu a 984,4 milhões.
Governo português “tratou-nos magnificamente bem”
Uma das razões para este crescimento tem a ver com a aquisição do Eurobic, anunciada há um ano e cujo processo de integração tecnológica no banco galego ficará concluído em novembro. O volume de negócios do Abanca disparou 16% face há um ano, superando os 134 mil milhões de euros. Sem o Eurobic, o crescimento foi de apenas 5%. Os recursos de clientes — que inclui depósitos e não só — ascendem a 81,4 mil milhões. Já a carteira de crédito subiu para 52,7 mil milhões.
Questionado sobre a oposição do Governo português ao aumento da influência espanhola no mercado português, Juan Carlos Escotet assinalou que “não tem razões de queixa” e que cada vez que tomou uma decisão de reforçar em Portugal — primeiro com a aquisição do negócio do Deutsche Bank e depois com o Eurobic — sempre tratou o Abanca “magnificamente bem”.
Escotet afastou planos de redução dos quadros ou agências em Portugal. “Não temos previsto fechos ou reduções de pessoal relevantes. Sendo [uma operação] complementar, queremos manter o tamanho da rede e dos quadros”, assegurou, assinalando, contudo, que poderá haver lugar a sinergias após a conclusão do processo de integração. Já o CEO Francisco Botas apontou que o Abanca quer “atrair talento” em Portugal para desenvolver o seu negócio no país.
Instado a comentar o inquérito da Autoridade da Concorrência ao mercado bancário, Escotet considerou que o setor português é “muito competitivo”. “Não há um grau concentração preocupante que possa gerar distorções, é muito parecido ao modelo espanhol. É um mercado competitivo, o cliente tem oportunidade de ter preço e serviço competitivo”, salientou.
Mais compras? “Não no horizonte imediato”
Escotet respondeu ainda a questões sobre o futuro, designadamente sobre possibilidade de o Abanca avançar com mais compras de outros bancos, sobre uma potencial fusão Sabadell e sobre uma ida para a bolsa.
Sobre o primeiro tópico, afirmou que não tem nenhum plano de aquisição “no horizonte imediato“, reconhecendo que a realidade do mercado mudou completamente e que hoje em dia, com taxas de juro altas, é um “cenário mais difícil” poder avançar para a compra de outro banco.
Sabadell? “Não nos interessa”
No seguimento desta resposta, Escotet também afirmou que não tem interesse em integrações com outros bancos com perda de controlo, como aconteceria com uma fusão com o Sabadell. “Não tivemos conversas formais com o Sabadell, nem nos interessa. Não nos interessa uma integração com o Sabadell“, repetiu.
Em relação a uma eventual ida para a bolsa, o responsável reconheceu que sempre disse que se as condições do mercado evoluíssem favoravelmente como evoluíram, que olharia para essa opção. Ainda assim, afirmou: “Não parece que vai ser no curto prazo”.
(Notícia atualizada às 11h05)
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