Exclusivo Ericsson reorganiza mercados na Europa, elimina ibéria e inclui Portugal nos países ocidentais
Depois da Microsoft, mais uma empresa de tecnologia avança com reestruturações na estrutura operacional. Portugal, que estava na "Iberia CU" só com Espanha, junta-se agora a outros países ocidentais.
A Ericsson está a fazer uma mudança na estrutura operacional da empresa que abrange Portugal. A reorganização interna envolve a redução de regiões de clientes na Europa, incluindo um corte de mais de metade das anteriores sete divisões de clientes, que acaba por descentralizar o mercado português.
A subsidiária portuguesa estava dentro de uma “bolha” ibérica com Espanha, na chamada Iberia CU, mas agora passou a fazer parte de um grupo mais abrangente onde constam os outros países da Europa Ocidental, nomeadamente França, Países Baixos ou Bélgica.
A Europa, que costumava estar na área regional juntamente com a LATAM (América Latina), encontra-se agora ao lado do Médio Oriente e África na nova região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). A nível europeu, existiam sete “Unidades de Clientes” (CU) – Portugal e Espanha constituíam uma delas – e agora a consolidação faz com que os dois países da Península Ibérica integrem uma zona maior.
“Esta consolidação criará eficiências operacionais, o que pode significar que determinadas funções serão duplicadas ou que o trabalho poderá ser efetuado de uma forma mais simples. Isso implicará a eliminação de algumas dessas funções”, informa fonte oficial da Ericsson. Questionada sobre o corte de empregos em Portugal, a empresa de telecomunicações esclarece que “não se encontram planeados quaisquer despedimentos coletivos ou planos para despedimentos”.
Em Espanha, a alteração começou a causar mossa nos recursos humanos da empresa, uma vez que veio a público na semana passada que o grupo sueco planeia avançar com um procedimento jurídico que lhe permite eliminar 300 empregos no país vizinho, o que significa cerca de 13% da força de trabalho de 2.260 colaboradores, de acordo com o jornal El Economista.
Por detrás estará uma “regulación de empleo”, que consiste numa regulamentação que dá às empresas a opção de implementar medidas como suspensão ou extinção de contratos ou redução horária devido a motivos económicos, técnicos, organizacionais (como é o caso) ou de produção.
O portal online Teamlyzer, onde a comunidade tecnológica expõe temas de interesse laboral nas empresas, refere que “o impacto em Portugal é ainda desconhecido, mas sabe-se que já ocorreram cortes e também despedimento coletivo”. Constatação que a Ericsson nega.
Inicialmente, quando comunicou este modelo a nível internacional, a Ericsson referiu apenas que seriam criadas duas novas áreas de mercado – Américas, liderada por Yossi Cohen (dos Estados Unidos), e EMEA, encabeçada por Patrick Johansson (da Arábia Saudita) e que “as três áreas de mercado impactadas” seriam Europa e América Latina (LATAM), América do Norte e Médio Oriente e África, sem dar mais detalhes.
Esta não é a primeira empresa de tecnologia que retira poder de decisão a Portugal. Ainda no início deste mês, entrou em vigor na Microsoft uma reorganização estrutural na região EMEA que teve impacto direto na subsidiária portuguesa.
Desde 1 de julho, a Microsoft Portugal deixou de funcionar como entidade autónoma e passou a integrar um amplo cluster denominado “South MCC” na área da Europa do Sul, que inclui também países como Turquia, Grécia, Chipre, Malta, Albânia, Bósnia, Eslovénia, Sérvia, Macedónia do Norte, Montenegro, Kosovo, Croácia e Bulgária.
Segundo o documento interno, a que o ECO teve acesso, há precisamente quatro semanas que a Microsoft conta três subsidiárias autónomas (França, Países Baixos e Suíça), duas áreas de subsidiárias duplas (Alemanha/Áustria e Reino Unido/Irlanda) e três áreas multi-subsidiárias (Europa Norte, Europa Sul, onde entra Portugal nacional, e Médio Oriente & África).
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