Zona Euro cresce num “ritmo dolorosamente lento”
Índice PMI da área da moeda única atinge máximos de 12 meses, mas o setor dos serviços -- que domina a economia do euro -- teve um crescimento mais fraco do que a indústria.
Os mais recentes dados do Purchasing Managers’ Index (PMI) da Zona Euro mostram que a economia da área da moeda única continuou a expandir-se a um ritmo lento em agosto, em que o crescimento mais fraco dos serviços anulou a melhoria da produção industrial, apesar do primeiro aumento nas novas encomendas globais desde maio de 2024.
De acordo com os dados do Hamburg Commercial Bank (HCOB), divulgados esta quarta-feira, o indicador compósito subiu de 50,9 pontos em julho para 51 pontos em agosto, alcançando, assim, o valor mais elevados dos últimos 12 meses.
“Andar de bicicleta muito devagar pode fazer com que se caia. Esse é o risco que a Zona Euro enfrenta. Sim, a economia tem crescido desde o início do ano, mas o ritmo é dolorosamente lento“, afirmou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do HCOB, em comunicado.
As novas encomendas em toda a economia aumentaram pela primeira vez desde maio do ano passado, embora apenas ligeiramente, uma vez que a procura interna compensou a queda nas encomendas de exportação, que diminuíram ao ritmo mais rápido desde março.
Já o setor dos serviços, que domina a economia da área do euro, viu o crescimento desacelerar para um ritmo marginal, com o seu PMI a cair para 50,5 pontos em agosto, o que compara com a alta de quatro meses de 51,0 pontos em julho.
A indústria manufatureira, por sua vez, registou o maior aumento de produção em quase três anos e meio, o que representa um sinal positivo num restante panorama económico moderado.
Verificou-se, também, um crescimento geral do emprego, que acelerou para o nível mais alto em 14 meses, destacando-se o aumento de funcionários nas empresas de serviços, enquanto a indústria continuou a despedir pessoal.
No entanto, as pressões sobre os preços intensificaram-se em agosto, com os custos dos fatores de produção a aumentarem ao ritmo mais rápido desde março e as empresas a aumentarem os seus preços à taxa mais acentuada em quatro meses, o que poderá complicar as perspetivas de inflação do Banco Central Europeu (BCE).
Entre as principais economias da Zona Euro, Espanha destaca-se novamente com o melhor desempenho, apesar da desaceleração do crescimento, seguida pela Itália, que registou uma ligeira aceleração. A expansão da Alemanha abrandou, enquanto a França permaneceu em território recessivo, embora o seu PMI tenha subido para 49,8, o valor mais alto dos últimos 12 meses.
“As tensões políticas em França e Espanha, a incerteza em torno do acordo comercial entre a União Europeia e os EUA e os problemas contínuos no importante setor automóvel não estão a ajudar”, assinala, também, Cyrus de la Rubia.
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