Apoio à troca de fogões e esquentadores por elétricos chega a “todas as famílias” ainda este mês

Inicialmente, estava previsto que o programa abrangeria apenas as famílias vulneráveis. Mas o Governo decidiu alargar a abrangência da medida.

O novo programa para a eficiência energética e conforto térmico, o E-Lar, vai arrancar ainda este mês, e traz uma novidade: afinal, não se dirige apenas às famílias vulneráveis, mas sim a todas as famílias, informa o Ministério do Ambiente. O programa apoiará a substituição de fogões, fornos e esquentadores ineficientes ou a gás por equipamentos elétricos de classe A ou superior.

O ministério do Ambiente começou por se referir ao E-Lar como um programa de apoios dirigido sobretudo às famílias vulneráveis. Contudo, tal como avançou a Sic Notícias, a tutela acabou por optar por abranger famílias vulneráveis com tarifa social de energia ou prestações sociais mínimas, pessoas residentes em bairros vulneráveis, sejam eles históricos ou de habitação social e, ainda, “todas as famílias”.

Ainda não está definido o valor do apoio para cada um dos grupos, embora seja assegurado o financiamento a 100% para as famílias mais pobres. A lista dos eletrodomésticos a substituir já está também definida: fogões, fornos e esquentadores.

O gabinete liderado por Maria da Graça Carvalho não tem, para já, nada a adiantar sobre a forma de distribuição destes apoios pois “estão a decorrer reuniões técnicas com operadores e empresas de distribuição”, de forma a afinar as regras para que o programa tenha uma “implementação eficaz”. Contudo, o formato de “cheques” usado nos apoios à aquisição de veículos verdes é uma das opções em consideração, de acordo com a Sic Notícias.

A implementação do E-Lar será acompanhada por mecanismos exigentes de verificação e fiscalização, com controlos no local e recuperação de montantes indevidos, sempre que necessário.

O programa de deverá arrancar “muito em breve”, ainda em julho, apesar de inicialmente junho ter sido apontado como o mês do pontapé de partida. “A ligeira adaptação do calendário face à previsão inicial resulta do cuidado colocado no desenho do programa, com uma orientação clara para garantir uma operação eficaz, transparente e credível, à altura das expectativas dos beneficiários e dos desafios da transição energética”, justifica o ministério.

O E-Lar integra o pacote “E-Lar – Bairros Sustentáveis”, aprovado pela Comissão Europeia no âmbito da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência, com um investimento superior a 100 milhões de euros, e antecipa o Fundo Social para o Clima, que canalizará, a partir de 2026, 1,6 mil milhões de euros até 2030, com o objetivo de apoiar “quem mais precisana transição energética.

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Fernando Parreira integra InsurAds como chief revenue officer EMEA

"Esta é uma oportunidade fantástica para levar ao mercado uma nova geração de soluções de monetização do tempo e da atenção com impacto real e resultados comprovados", diz o profissional.

Fernando Parreira, presidente do IAB Portugal, em entrevista ao ECO/+MHugo Amaral/ECO

Fernando Parreira assumiu as funções de chief revenue officer EMEA da InsurAds, uma ad-tech portuguesa especializada em otimização do tempo de atenção no digital.

Nas novas funções, o ex-diretor comercial do Sapo terá como objetivo reforçar a posição da InsurAds no mercado da publicidade digital EMEA, consolidando a presença da empresa, em particular, junto dos principais publishers, agências e anunciantes digitais de Portugal, explica a empresa.

“Estou entusiasmado por juntar-me à InsurAds, uma empresa global nascida em Portugal com tecnologia disruptiva que está a redefinir o futuro da publicidade digital. Esta é uma oportunidade fantástica para levar ao mercado uma nova geração de soluções de monetização do tempo e da atenção com impacto real e resultados comprovados“, refere Fernando Parreira.

“A contratação do Fernando é um passo importante para consolidar o nosso crescimento em Portugal que é para nós de enorme importância e orgulho, por sermos uma empresa de capital e know‑how totalmente português. Gostaríamos de ver Portugal na frente da attention economy, com um cluster de pioneiros da monetização do tempo e atenção e da securização do investimento publicitário“, acrescenta André Parreira, cofundador e CEO da empresa

Recorde a entrevista a Fernando Parreira, publicada em abril:

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BCE prepara pausa em julho e deixa apenas um corte dos juros no horizonte para este ano

Todos os 84 analistas consultados num inquérito da Reuters esperam que o Banco Central Europeu mantenha a taxa de depósitos nos 2% na reunião de julho e 58% preveem só uma descida das taxas este ano.

Raramente a unanimidade é alcançada em economia. Mas, desta vez, todos os 84 economistas consultados pela Reuters num inquérito concordam numa previsão: o Banco Central Europeu (BCE) irá manter inalterada a taxa de depósitos nos 2% na próxima reunião de política monetária, marcada para 23 e 24 de julho. A confirmar-se esta previsão, será a primeira pausa no ciclo de sete cortes consecutivos de taxas iniciado em setembro pela instituição liderada por Christine Lagarde.

Apesar da expectativa de manutenção das taxas de juro na próxima reunião, os analistas não fecham a porta a novos estímulos monetários por parte do BCE. Mais de metade dos economistas inquiridos — 58,3% do total, ou seja, 49 em 84 — antecipam que o BCE efetue mais um corte de 25 pontos base ainda este ano, levando a taxa de depósitos para 1,75%.

Com a taxa de depósitos atualmente nos 2%, o BCE encontra-se no meio do intervalo que considera “neutro” – entre 1,75% e 2,25% – onde as taxas nem restringem nem estimulam excessivamente a economia. Esta posição dá ao banco central alguma flexibilidade para responder a desenvolvimentos económicos, mas também sugere que a margem para cortes adicionais está a diminuir.

Os mercados descontam atualmente apenas mais um corte de 25 pontos base até ao final do ano, seguido de um período de estabilidade antes de eventuais subidas no final de 2026. Esta perspetiva reflete a expectativa de que o BCE tenha quase completado o seu ciclo de flexibilização monetária, pelo menos no horizonte temporal imediato.

O inquérito da Reuters revela também as expectativas dos economistas para o crescimento da economia europeia nos próximos anos, com os especialistas a apontarem para uma expansão de 1% em 2025, seguida de 1,2% em 2026 do PIB da área do euro, números que representam uma ligeira revisão em alta face às estimativas anteriores de 1% e 1,1% respetivamente, divulgadas no inquérito de junho.

Estas previsões, embora moderadamente mais otimistas, continuam a espelhar a realidade de uma economia que luta para ganhar tração. A Zona Euro tem registado um crescimento anémico, com a Alemanha (a maior economia do bloco) a estagnar no primeiro trimestre do ano, enquanto outras economias como França e Itália apresentam expansões modestas.

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Desinformação mais do que duplica entre eleições europeias e legislativas

  • Lusa
  • 17 Julho 2025

O aumento resultou num crescimento de 160% no número de casos de desinformação, em relação ao registado nas eleições europeias de 2024. Chega foi o partido que mais divulgou desinformação.

A desinformação aumentou 160% entre as eleições europeias de 2024 e legislativas de 2025, com o Chega a manter-se como um dos principais partidos desinformadores (81,3%), segundo um estudo.

O estudo “Desinformação nas Legislativas 2025: atividade dos partidos nas redes sociais”, da Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC) e a Universidade da Beira Interior, concluiu que nas últimas eleições houve “um aumento percentual significativo das ocorrências em contexto eleitoral no país”.

Este aumento resultou num crescimento de 160% no número de casos de desinformação, em relação ao registado nas eleições europeias de 2024.

Das 4.514 publicações identificadas nas redes sociais entre 7 de abril e 19 de maio, o Instagram (30,0%) e o Facebook (28,9%) agregaram a maior parte do conteúdo gerado durante este período, seguidos pelo X (22,8%), TikTok (9,8%) e YouTube (8,5%).

Entre estas publicações verificaram-se 16 casos de desinformação nas páginas dos partidos, tendo sido abertos nove processos de averiguação junto da ERC.

Segundo o estudo, o Chega é o partido que mais divulgou conteúdos desinformativos nas redes sociais, sendo responsável por 81,3% dos casos, enquanto o PS, PSD e CDS tiveram uma ocorrência cada um, representando 18,7% das publicações.

Os vídeos lideram no formato da desinformação (56,3%) seja com montagens, cortes ou edições de peças, à frente de um conjunto vasto de imagens estáticas (43,8%), especialmente utilizadas para divulgar resultados de inquéritos ou sondagens de intenção de voto”, lê-se no documento.

As sondagens falsas ou desenvolvidas por empresas não registadas na ERC foram o tipo de desinformação mais frequente, com 31,1% dos casos detetados, em segundo lugar surge a divulgação de textos produzidos por órgãos de comunicação social não registados na entidade reguladora (25,0%).

Dois tipos de desinformação surgem com a mesma percentagem no terceiro lugar, os vídeos informativos manipulados a diversos níveis e as publicações que descredibilizam a comunicação social ou o trabalho jornalístico (18,8%), enquanto as notícias alteradas para promover uma perceção enganosa dos factos surgem em último lugar (6,3%).

Além disso, a maioria dos casos detetados apresenta “um baixo nível potencial desinformativo (43,8%)”, tratando-se de conteúdos elaborados de forma amadora, facilmente verificáveis através de uma pesquisa na internet.

Já as publicações com potencial médio representam 37,5% da amostra em causa, estando associadas à descontextualização de factos ou à manipulação de dados, por isso mais difícil de verificar.

Apenas uma pequena parcela dos casos identificados pode ser classificada como de alto potencial desinformativo (18,8%), tratando-se de conteúdos sem qualquer relação com a realidade, podendo ter sido criados muitas vezes com recurso a Inteligência Artificial (IA).

As 16 publicações geraram um total de 197.471 interações da audiência, recebendo 20.633 comentários e 12.368 partilhas. “Estima-se que nove vídeos tenham sido vistos mais de 3,5 milhões de vezes, com especial destaque para o Instagram e o TikTok”, segundo o estudo.

Os níveis de enviesamento tornam-se mais preocupantes quando se considera a dimensão do público alcançado. Estima-se que mais de seis milhões de utilizadores das redes sociais tenham sido expostos a conteúdos desinformativos difundidos pelos partidos portugueses (…) com especial destaque para o Chega”, lê-se no documento.

Este estudo foi realizado no seguimento do protocolo de cooperação celebrado entre a Entidade Reguladora para a Comunicação Social e o LabCom – Unidade de Investigação em Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior, que procurou analisar a presença e os processos de desinformação no contexto das últimas eleições legislativas.

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Marcelo promulga descida de IRS e Unidade de Estrangeiros e Fronteiras

Na página da Presidência da República foram publicadas as aprovações de três decretos da Assembleia da República, que incluem o IRS e a nova Unidade de Estrangeiros na PSP.

O Presidente da República promulgou esta quinta-feira vários diplomas do Governo e da Assembleia da República, incluindo a descida do IRS para este ano, assim como a criação de uma Unidade de Estrangeiros e Fronteiras inserida na PSP.

No IRS, o texto final dita uma descida do IRS para este ano, proposta pelo Governo, e uma redução extra de 0,3 pontos percentuais para 2026, acordada entre a AD e o Chega. O diploma teve luz verde esta quarta-feira em votação final global na Assembleia da República. As duas medidas vão custar cerca de 611 milhões de euros.

A redução do IRS proposta pelo Governo já para este ano das taxas entre 0,4 e 0,6 pontos percentuais (p.p.) até ao 8.º escalão foi aprovada com os votos favoráveis de PSD, CDS, Chega e IL, abstenção de PS e JPP, e votos contra de Livre, PCP e BE. A iniciativa da AD que plasma o compromisso assumido com o partido de André Ventura e estabelece uma baixa adicional de 0,3 p.p. no Orçamento do Estado para 2026 foi viabilizada com os votos de PSD, CDS, Chega, abstenção de PS, IL e JPP e votos contra de Livre, PCP e BE.

Já a proposta para a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF) na PSP também foi aprovada na quarta-feira pelo parlamento, com os votos favoráveis do PSD, Chega, IL e CDS e a abstenção do PS e JPP. Os restantes partidos da esquerda parlamentar votaram contra, com o PCP a anunciar uma declaração de voto.

Além da descida do IRS e da nova polícia de estrangeiros, o Chefe de Estado promulgou ainda o diploma que aprova a orgânica da Direção-Geral de Armamento e Património da Defesa Nacional, a orgânica da Direção-Geral de Recursos Humanos da Defesa Nacional e as regras e procedimentos para a revisão eficaz da despesa pública.

O presidente da República aprovou ainda o decreto que autoriza o Governo a transpor a Diretiva (UE) 202112167, que harmoniza o acesso e o exercício da gestão de créditos bancários não produtivos e define os requisitos para os adquirentes de créditos. Esta transposição surge com um atraso de mais de um ano e que levou a Comissão Europeia a colocar Portugal em tribunal.

Em causa está uma diretiva que harmoniza “as regras aplicáveis aos gestores de créditos e aos adquirentes de créditos, e apoia o desenvolvimento de mercados secundários para os créditos não produtivos (os chamados NPL’s) na União Europeia, assegurando simultaneamente que a alienação de tais créditos não prejudica os direitos dos clientes (devedores)”.

A diretiva estabelece regras para a autorização e supervisão dos investidores que compram estas carteiras e para as entidades que fazem a gestão dos portefólios (servicers) e inclui salvaguardas para reforçar a proteção do consumidor.

(Notícia atualizada)

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Bruxelas ameaça Portugal com processo se não transpuser regras para acelerar licenciamento de renováveis

Se Portugal não transpuser integralmente a Diretiva de Energias Renováveis, nomeadamente regras de aceleração do licenciamento, Bruxelas pode interpor uma ação em tribunal para impor sanções.

A Comissão Europeia alerta esta quinta-feira que Portugal ainda não transpôs integralmente as disposições da Diretiva Energias Renováveis, nomeadamente aquelas relativas à aceleração do licenciamento. A falta de ação nos próximos dois meses pode resultar em ações na justiça no sentido de impor sanções financeiras.

Em setembro de 2024, a Comissão enviou notificações para cumprir a 26 Estados-Membros por não terem procedido à transposição integral da diretiva para o direito nacional, concluindo agora que tanto Portugal como a Letónia e a Irlanda “ainda não transpuseram integralmente as disposições relativas à simplificação e à aceleração dos procedimentos de licenciamento”.

Neste sentido, a Comissão decidiu enviar pareceres fundamentados a estes três Estados-membros, que dispõem agora de dois meses para responderem e adotarem as medidas necessárias com vista à plena transposição. “Caso contrário, a Comissão poderá decidir instaurar ações no Tribunal de Justiça da União Europeia, solicitando a imposição de sanções financeiras“, lê-se na comunicação feita esta manhã pelo executivo europeu.

A diretiva modificativa entrou em vigor em novembro de 2023, e algumas disposições tinham de ser transpostas para o direito nacional até 1 de julho de 2024, as quais “têm por objetivo simplificar e acelerar os procedimentos de licenciamento dos projetos de energias renováveis, assim como os projetos de infraestruturas” necessários para integrar capacidade adicional no sistema elétrico.

As normas que carecem de transposição incluem a “definição de prazos claros” para os procedimentos de concessão de licenças a tecnologias ou projetos específicos, o reforço do papel do ponto de contacto único para o processamento dos pedidos e a presunção de que os projetos relativos a energias renováveis e às infraestruturas de rede conexas são de interesse público superior.

Além desta “reprimenda”, na mesma comunicação, a Comissão insta Portugal a cumprir as regras da UE relativas ao tratamento das águas residuais urbanas. Portugal dispõe agora de dois meses para responder e adotar as medidas necessárias, caso contrário, a Comissão pode decidir instaurar uma ação no Tribunal de Justiça da União Europeia.

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Bruxelas abre procedimento de infração contra Espanha por travar OPA do BBVA ao Sabadell

A Comissão Europeia considera que Espanha tem demasiados poderes para intervir em fusões e aquisições de bancos, o que viola as competências exclusivas do BCE e dos supervisores nacionais.

A ameaça tornou-se oficial e Bruxelas entrou mesmo em confronto com Madrid devido ao negócio entre os bancos BBVA e Sabadell. A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira que iniciou um processo de infração contra Espanha por bloquear a oferta pública de aquisição (OPA) do BBVA ao Sabadell, uma operação que criaria uma das maiores instituições financeiras na Europa.

A instituição liderada por Ursula von der Leyen enviou uma carta de notificação formal ao governo de Pedro Sánchez a pedir que reconsidere a decisão de impor uma moratória de três anos ao acordo de fusão entre os bancos espanhóis.

“A Comissão considera que determinadas disposições da legislação bancária espanhola e da legislação da concorrência espanhola, que dão ao governo espanhol poderes irrestritos para intervir em fusões e aquisições de bancos, violam as competências exclusivas do Banco Central Europeu e dos supervisores nacionais”, esclarece o executivo comunitário, em comunicado.

Para a Comissão Europeia, o poder que Madrid tem para travar transações desta natureza é “discricionário” e implica “restrições injustificadas à liberdade de estabelecimento e de circulação de capitais”. “As consolidações no sector bancário beneficiam a economia da União Europeia no seu todo e são essenciais para a concretização da União Bancária”.

“Estas fusões asseguram também que o capital é alocado de forma eficiente em toda a União Europeia e que os cidadãos e as empresas têm acesso a produtos financeiros a preços competitivos, um objetivo fundamental da União de Poupança e Investimento”, conclui a Comissão Europeia, acrescentando que verificou um incumprimento quer do Regulamento do mecanismo único de supervisão quer da diretiva europeia de requisitos de capital.

Espanha, que se arrisca a que o processo seja encaminhado para o Tribunal de Justiça da União Europeia por alegada violação da legislação europeia, tem dois meses para responder ao procedimento por infração.

No final de junho, o BBVA, liderado por Carlos Torres, informou que decidiu manter a OPA hostil que lançou há mais de um ano sobre o rival Sabadell, apesar de o governo espanhol ter endurecido as condições do negócio, incluindo a proibição de fusão durante três anos.

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“Temos uma candidatura forte” à Gigafábrica de IA, diz Gonçalo Regalado

Gonçalo Regalado diz que o BPF apresentou uma "candidatura forte e competitiva" para instalar a Gigafábrica de IA em Sines, mas mostra-se cautelosamente otimista, uma vez que há 76 candidaturas.

Gonçalo Regalado, presidente do Banco Português de Fomento (BPF), garante que a entidade que lidera apresentou uma “candidatura forte e competitiva” à instalação de uma Gigafábrica de IA de quatro mil milhões em Sines. Mas mostra-se cautelosamente otimista, relembrando que há, ao todo, 76 candidaturas.

“Temos uma candidatura forte e sabemos que é muito competitiva, mas são, ao todo, 76 candidaturas e mais de 20 países a bordo”, afirmou Gonçalo Regalado durante a apresentação dos resultados do BPF referentes ao primeiro semestre.

“Estamos a candidatar-nos contra fábricas de IA também apoiadas por governos europeus com enormíssimo impacto”, reforçou, notando que o “nosso desafio é não colocar Portugal a perder por falta de presença. Foi o que aconteceu nas outras fábricas”.

Gonçalo Regalado disse ainda que “uma das grandes conquistas é termos uma candidatura única” em Portugal. Outra conquista é ser um consórcio em que são “salientadas forças perante as fraquezas da Europa”, pois junta a capacidade da indústria da manufatura, defesa e militar, saúde, biotech e farmacêutica e a aposta no mar.

“Temos duas grandes condições para ter uma fábrica de sucesso”, disse, apontando para o facto de “termos uma das candidaturas com maior capacidade de entregar a fábrica entre 2027 e 2028 e a energia verde para alimentá-la”.

O ECO avançou em junho que o BPF tinha entregado à Comissão Europeia uma proposta de candidatura para tentar atrair para Sines uma destas infraestruturas de supercomputação, num investimento que poderá rondar os quatro mil milhões de euros, envolvendo um “consórcio alargado” de investidores privados.

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ANA já entregou relatório com consultas sobre o novo aeroporto ao Governo. Recebeu 67 contributos

Governo já recebeu o relatório da concessionária com a síntese da consulta às partes interessadas na construção do futuro Aeroporto Luís de Camões e vai agora analisá-lo. ANA recebeu 67 contributos.

Plano do novo Aeroporto Luis de Camões durante a entrega do Relatório Inicial (High Level Assumption Report) da concessionária ANA sobre o desenvolvimento da capacidade aeroportuária de Lisboa, para iniciar formalmente negociações sobre a extensão do contrato de concessão e viabilizar a construção do novo Aeroporto Luís de Camões, em Alcochete, 17 de dezembro de 2024. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

A ANA entregou ao Governo o Relatório das Consultas sobre o novo aeroporto de Lisboa, informou esta quinta-feira o Ministério das Infraestruturas. Governo vai analisar o documento e admite solicitar esclarecimentos adicionais, se necessário.

“A ANA – Aeroportos de Portugal (Concessionária) entregou ao Governo, por via eletrónica, o Relatório da Consulta aos Stakeholders, que constitui o primeiro relatório no âmbito da Candidatura ao Novo Aeroporto de Lisboa (NAL)”, afirma o ministério liderado por Miguel Pinto Luz, em comunicado.

O documento foi entregue dentro do prazo previsto, o dia 17 de julho. A ANA acrescenta, também em comunicado, que “a consulta realizou-se entre fevereiro e julho de 2025. Tendo sido dirigidos 104 pedidos de contributos, foram recebidos 67, entre os quais de autarquias, autoridades e entidades públicas, companhias aéreas, empresas de assistência em escala e parceiros comerciais”. O relatório, agora submetido à apreciação do concedente, incorpora contributos, resultantes desta consulta, no âmbito da otimização do projeto do Aeroporto Luís de Camões”, acrescenta.

ANA propõe ao Governo, no documento, a alteração das especificações mínimas para a construção do novo aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete, de forma a aproximá-las das necessidades atuais da aviação e baixar o custo da obra, como avançou o ECO.

“Vamos apresentar uma proposta mais realista e adaptada às necessidades atuais e com custo menor”, afirmou ao ECO o presidente executivo da concessionária, Thierry Ligonnière. A redução do custo permitirá também cobrar “taxas aeroportuárias menores”, face ao significativo aumento estimado pela empresa em janeiro e que motivou fortes críticas das companhias aéreas e dúvidas do Governo.

“Importa sublinhar que esta fase não corresponde ainda à fase negocial do processo. No entanto, o Governo analisará o documento com a devida atenção e, caso se revele necessário, solicitar esclarecimentos à Concessionária“, assinala o comunicado do Ministério.

O Relatório das Consultas é o primeiro da candidatura da ANA ao novo aeroporto de Lisboa. O processo integra quatro relatórios intercalares e um relatório final. “O próximo marco previsto no processo de Candidatura é a entrega, no prazo de seis meses, do Relatório Ambiental”, informa o Ministério.

A ANA dispõe ao todo de 36 meses para a candidatura, prazo que se iniciou a 17 de janeiro. O Governo está a preparar a assinatura de um memorando de entendimento com a concessionária “com o objetivo de clarificar os próximos momentos procedimentais e estabelecer de forma mais precisa o conteúdo a incluir na Candidatura ao NAL, conforme pretendido pelo Concedente”.

(Notícia com última atualização às 13h08)

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Concorrência abre investigação aprofundada à aquisição do Hospital Particular do Algarve pela CUF

Regulador justifica a investigação por considerar que a "operação possa levantar entraves significativos à concorrência no mercado nacional ou numa parte dele".

A Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou esta quinta-feira que abriu uma investigação aprofundada à aquisição do Hospital Particular do Algarve pela CUF por “considerar que não se pode excluir que a operação de concentração possa criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou em parte deste”.

O Autoridade da Concorrência justifica que em causa está “a aquisição, pelo maior operador nacional, de um dos principais operadores regionais, cuja atividade se encontra concentrada em regiões do território nacional onde a CUF, até à data, não detém qualquer presença”. E que, “atendendo à relevância nacional da CUF e à importância regional do Grupo HPA, não é possível, nesta fase, afastar a hipótese de que a operação de concentração em apreço possa originar um reforço significativo do poder negocial das partes face às seguradoras e subsistemas complementares de saúde”.

“Em resultado das diligências de investigação realizadas até à presente data, a AdC concluiu, preliminarmente, não se poder excluir que a operação de concentração em apreço seja suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado da prestação de cuidados de saúde hospitalares por unidades privadas”, lê-se no comunicado.

Acrescentando que “tal reforço poderá refletir-se numa deterioração das condições comerciais aplicáveis a estas entidades, com potenciais impactos negativos ao longo da cadeia de valor, incluindo nos encargos suportados pelos beneficiários finais”.

No entanto, apesar de investigação aprofundada, a decisão proferida não constitui uma decisão final sobre o procedimento. Após as diligências da investigação aprofundada, a AdC pode decidir não se opor à concretização do negócio se vier a concluir que a operação não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência no mercado em causa ou proibir o negócio, se vier a concluir que a operação de concentração é suscetível de criar entraves significativos à concorrência no mercado em causa, com prejuízos para os utilizadores intermédios e/ou finais, que constituem a procura neste mercado.

O grupo CUF detém um conjunto de empresas que opera primordialmente na prestação de cuidados de saúde, compreendendo 12 hospitais e 17 clínicas.

Fundado em 1996, com a criação do Hospital Privado do Algarve, em Alvor, o Grupo HPA Saúde é constituído por cinco hospitais e dezassete clínicas, com maior presença no sul do país, nas zonas do Algarve e Alentejo, e também na Região Autónoma da Madeira. Em março deste ano, a empresa do Grupo Mello anunciou um acordo para a aquisição de 75% do grupo HPA Saúde.

O mês passado Salvador de Mello, CEO do Grupo Mello, disse que esperava uma decisão lesta da Autoridade da Concorrência portuguesa em relação à aquisição do Hospital Particular do Algarve pela CUF. “Não estando a CUF no Algarve esperaria que fosse rápido”, afirmou.

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Metade da linha BPF Invest Export para PME “esgota” em três semanas

O Banco Português de Fomento recebeu duas mil candidaturas de PME à linha BPF Invest Export, num total de 1.069 milhões de euros. Metade do valor disponível para as pequenas empresas.

Metade da linha BPF Invest Export para apoiar as pequenas e médias empresas (PME) esgotou em apenas três semanas. Os números foram divulgados esta quinta-feira pelo Banco Português de Fomento (BPF).

A entidade liderada por Gonçalo Regalado recebeu quase duas mil candidaturas a esta linha por parte das PME, num período que tem sido marcado por uma forte procura, indicou o banco na apresentação dos resultados semestrais.

Já o valor total das candidaturas recebidas é de 1.069 milhões de euros, sendo que 2,1 mil milhões de euros destinam-se a estas empresas. Ou seja, metade do valor para as PME “esgotou” em três semanas.

O restante montante, reservado para as grandes empresas, continua por aprovar, disse Gonçalo Regalado, presidente do BPF, durante a apresentação dos números referentes ao primeiro semestre do ano. Esta linha tem um montante global para grandes empresas e PME de 3,5 mil milhões de euros.

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Taxa Euribor sobe a três meses, mantém-se a seis e desce a 12 meses

  • Lusa
  • 17 Julho 2025

Esta quinta-feira, a taxa Euribor subiu para 2,024% a três meses, manteve-se em 2,069% a seis meses e desceu para 2,087% a 12 meses.

A taxa Euribor subiu esta quinta-feira a três meses, manteve-se a seis, desceu a 12 meses em relação a quarta-feira e manteve-se acima de 2% nos três prazos. Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,024%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,069%) e a 12 meses (2,087%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, manteve-se, ao ser fixada de novo em 2,069%.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,087%, menos 0,002 pontos.
  • Já a Euribor a três meses subiu, para 2,024%, mais 0,003 pontos do que na sessão anterior.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a maio indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,32% e 25,57%, respetivamente.

As médias mensais da Euribor voltaram a cair em junho nos dois prazos mais curtos, menos intensamente do que nos meses anteriores e de forma mais acentuada a três meses. Já a 12 meses, a média mensal da Euribor manteve-se em 2,081%. A média da Euribor em junho desceu 0,103 pontos para 1,984% a três meses e 0,066 pontos para 2,050% a seis meses.

Na última reunião de política monetária em 4 e 5 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%. Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano. A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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