Confinamento em Xangai reduz produção trimestral de semicondutores na China
Confinamento em Xangai coloca em risco a cadeia de fornecimento de semicondutores da China. Menor procura de smartphones pode prejudicar ainda mais os fabricantes.
Pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2019, a produção trimestral de semicondutores na China diminuiu, caindo 4,2% entre janeiro e março, devido a um abrandamento da procura de eletrónica de consumo e aos confinamentos em regiões como Xangai. Só no mês passado, a produção de chips teve uma queda de 5,1%, noticia a Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês).
Face ao confinamento de um mês imposto à cidade de Xangai, um importante centro de produção de semicondutores, os maiores fabricantes do país, desde a Semiconductor Manufacturing International à Hua Hong Semiconductor, têm-se deparado com dificuldades em obter alguns componentes devido aos controlos de tráfego impostos pelas autoridades locais.
Ao mesmo tempo, vários executivos de empresas chinesas de automóveis e hardware mostram-se preocupados com as ruturas na cadeia de abastecimento na semana passada, depois de mais regiões terem anunciado restrições mais rigorosas na sequência de relatos de casos locais de SARS-CoV-2. Entre elas, constam o centro de produção de tecnologia de Kunshan e Zhengzhou, onde se encontra a maior fabricante do mundo de iPhones, os smartphones da Apple.
O diretor executivo da Huawei é um deles. Na semana passada, numa publicação no WeChat (uma aplicação de mensagens chinesa equivalente ao WhatsApp), Richard Yu escreveu que várias fábricas de tecnologia em todo o país podem ver-se forçadas a interromper a produção a partir do mês de maio se os fornecedores em Xangai continuarem encerrados. “A perda económica será imensa”, disse.
O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação enviou funcionários para ajudar as empresas de semicondutores em Xangai a retomar a produção, apesar dos contínuos contágios por Covid-19 naquela que é a maior cidade da China.
Contudo, a fraca procura do setor da eletrónica de consumo é também um mau presságio para algumas empresas chinesas de chips. A procura por smartphones, computadores e televisões tem sido prejudicada pelas restrições pandémicas chinesas, segundo Mark Liu, presidente da Taiwan Semiconductor Manufacturing.
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