Autoclismos de Aveiro “aceleram” na fábrica e nas motas

Nova célula robotizada da OLI vai produzir mais de um milhão de válvulas por ano. Patrocínio à Gressini Racing no Mundial de Moto GP rende crescimento na captação de “importadores estratégicos”.

A OLI, uma empresa industrial de Aveiro que faturou mais de 70 milhões no ano passado, inaugurou esta semana uma nova célula robotizada que irá produzir 3 mil válvulas por dia e mais de um milhão por ano, num total de 60 referências.

Com este investimento, que ultrapassou os 500 mil euros, a empresa que reclama a liderança ibérica na produção de autoclismos, pretende aumentar a capacidade de fabrico em Portugal e de resposta aos cerca de 80 mercados, para onde exporta 76% da produção.

“Este investimento industrial que apresentamos, com a aquisição de uma célula totalmente automatizada, pretende ser um ponto de partida para podermos capacitar a OLI ao nível da automação de mais processos”, sublinhou o administrador, António Ricardo Oliveira.

A empresa fundada em 1954 integra atualmente 424 trabalhadores em Portugal e tem um total de 38 patentes ativas. Coliderada pelo filho do fundador, 31 anos, a fábrica aveirense trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, e tem uma produção anual de dois milhões de autoclismos e três milhões de mecanismos.

Este investimento industrial pretende ser um ponto de partida para podermos capacitar a OLI ao nível da automação de mais processos.

António Ricardo Oliveira

Administrador da OLI

 

Fora de Portugal, desde 2016, a OLI tem uma fábrica na Rússia, onde já tinha uma filial comercial há dois anos. Aquela que foi a primeira unidade industrial no estrangeiro, instalada junto a Moscovo, produziu em 2021 um total de 400 mil mecanismos (+10% do que em 2020) e 30 mil autoclismos interiores.

Patrocínio no motociclismo estimula internacionalização

A inauguração do mais recente investimento no complexo industrial em Aveiro foi apadrinhada pelo piloto Fabio Di Giannantonio, da Gressini Racing, equipa italiana que disputa o campeonato do mundo de MotoGP.

O evento aconteceu poucas horas antes do Grande Prémio de Portugal, a primeira prova da temporada na Europa, que se realizou este fim de semana no Autódromo Internacional do Algarve – onde a empresa está também presente fora da pista, já que os espaços de banho estão equipados com os autoclismos da marca nacional.

 

Este ano, depois de três épocas de patrocínio em Moto2 e Moto3, a OLI decidiu apostar na elite do motociclismo mundial ao patrocinar esta equipa, que tem como outro piloto Enea Bastianini, que até chegou a Portugal na liderança da classificação geral do campeonato do mundo de MotoGP, perdida em solo nacional para o francês Fábio Quartararo (Yamaha), campeão em título.

António Ricardo Oliveira sublinha, numa nota enviada ao ECO, que este apoio à Gresini Racing se tem revelado “uma aposta ganha” por causa do “reconhecimento de marca que tem trazido a nível internacional junto de clientes e parceiros”. “Esta parceria permite ampliar a internacionalização da OLI, através da exportação para novas geografias e o crescimento de importadores estratégicos”, completa o gestor.

António Ricardo Oliveira, administrador da OLI

Já a continuidade do campeonato do mundo de velocidade em motociclismo no autódromo algarvio também parece estar garantida. Ainda antes da prova deste domingo, que o português Miguel Oliveira (KTM) acabou como quinto classificado, o diretor executivo da Dorna, Carmelo Ezpeleta, confirmou que o calendário de 2023 “está a ser preparado e deve sair em setembro”, mas a intenção da empresa promotora “é que Portimão esteja”.

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