“Não me interessa o jogo dos 2%” do PIB no orçamento da defesa, diz Marcelo
O Presidente quer "equipamento compatíveis" e "condições apelativas", como promoções, para as Forças Armadas.
Marcelo Rebelo de Sousa desvaloriza a meta de atingir 2% do PIB no orçamento da Defesa, como pressiona a aliança Atlântica (NATO). “Não me interessa o jogo dos 2%”, disse o Presidente da República, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, depois de insistir que o debate deve ser “mais amplo” e ir além do debate do Orçamento do Estado.
“O reforço do orçamento da defesa é um discurso que está agora em curso e até daqui a um mês”, disse Marcelo. Mais importante que o número, continua o Presidente, são dois tipos de intervenções: por um lado, “equipamentos compatíveis”, a prazo, com as missões nacionais e, por outro, a motivação das Forças Armadas (FA). “E motivar significa que quem está no quadro permanente tenha condições apelativas para lá continuar”, disse.
Entre essas condições, Marcelo Rebelo de Sousa destaca as promoções nas FA, que não podem chegar “sistematicamente com um ano de atraso”, como se se continuasse a “viver em troika“. Com a guerra na Ucrânia “lá longe, mas que toca na nossa vida”, o Chefe de Estado defende que este é o momento para os portugueses perceberem que para “ter Forças Armadas é preciso criar condições”.
No discurso do 25 de abril, o Presidente da República tinha avisado que os portugueses não podem “clamar por maior envolvimento” dos militares em ações dentro e fora do país, e ao mesmo tempo “pensar que há mais onde gastar o dinheiro”. O objetivo de gastar 2% do PIB em defesa tem 2024 como horizonte temporal e Marcelo reconheceu esta quarta-feira que “Portugal está a fazer um esforço para realizar”.
Mas é preciso ir além desta meta, porque “estamos viver um novo mundo, pode até ser um novo modelo geopolítico”, disse o Presidente, que deu o exemplo da possível entrada da Suécia e Finlândia na NATO como uma “mudança radical”.
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