Banco de Portugal registou ataque “severo” nos serviços de pagamentos em 2021
Banco central tomou nota de um incidente de segurança de caráter severo em 2021 provocado por "ataque externo" a um prestador de serviços de pagamentos. Em 2020 não tinha havido nenhum.
O Banco de Portugal foi alertado no ano passado para um incidente de segurança de “caráter severo”, provocado por um “ataque externo” a um prestador de serviços de pagamentos, disse esta segunda-feira a diretora do departamento de sistemas de pagamentos do banco central, Maria Tereza Cavaco.
A informação faz parte do relatório anual elaborado pelo Banco de Portugal, não estando identificada no documento a entidade envolvida. Além deste incidente, o Banco de Portugal registou 55 incidentes severos de âmbito operacional, principalmente falhas de sistema, falhas de processo e erros humanos.
Maria Tereza Cavaco destacou estes dados numa conferência dedicada ao tema da cibersegurança nos pagamentos, que teve lugar esta segunda-feira no Museu do Dinheiro, em Lisboa. O Banco de Portugal também não revela que entidades estão envolvidas nestes incidentes, mas a imprensa tem vindo a noticiar casos de indisponibilidade de serviço por parte de instituições financeiras no país, sobretudo bancos.
Em concreto, o único incidente de segurança reportado ao banco central no ano passado contrasta com o ano de 2020, em que não houve nota de nenhuma situação deste tipo, de acordo com o relatório anterior. Em 2019, o Banco de Portugal registou incidentes de segurança, mas a quantidade em absoluto não foi tornada pública na altura.
Segundo o supervisor, “considera-se como incidente operacional ou de segurança um evento único ou uma série de eventos conexos e não previstos pelo PSP [Prestador de Serviços de Pagamentos] que tenham ou possam vir a ter um impacto adverso na integridade, na disponibilidade, na confidencialidade ou na autenticidade dos serviços relacionados com pagamentos”.
Na mesma conferência, Hélder Rosalino, administrador do banco central português, já tinha alertado para o crescimento significativo das ameaças à cibersegurança no setor financeiro ao longo do ano passado. Maria José Campos, administradora do BCP, apelou a uma maior partilha de informação sobre as ameaças entre bancos, tendo revelado que esse contacto, atualmente, é “muitas vezes informal”.
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