Máscaras deixam de ser recomendadas em aeroportos e voos da UE a partir de segunda
A atualização do Protocolo "tem em conta os últimos desenvolvimentos da pandemia, em particular os níveis de vacinação e a imunidade adquirida", justificam as agências da UE.
A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) informaram que, a partir da próxima segunda-feira, deixam de recomendar máscaras obrigatórias em aeroportos e voos europeus.
Num comunicado conjunto divulgado esta quarta-feira, relativo às viagens aéreas na União Europeia (UE) em altura de levantamento de restrições relacionadas com a covid-19, a EASA e o ECDC indicam que vão “retirar a recomendação de uso obrigatório de máscaras médicas nos aeroportos e a bordo de um voo”, embora lembrando que “uma máscara facial continua a ser uma das melhores proteções contra a transmissão” do SARS-CoV-2, nomeadamente para pessoas mais vulneráveis.
“A atualização do Protocolo Conjunto sobre Segurança Sanitária na Aviação tem em conta os últimos desenvolvimentos da pandemia, em particular os níveis de vacinação e a imunidade adquirida naturalmente e o levantamento das restrições num número crescente de países europeus”, justificam estas agências da UE.
Em causa estão então novas recomendações para as viagens aéreas na UE sobre o uso de máscaras faciais que deverão entrar em vigor a partir da próxima segunda-feira. Ainda assim, as regras relativas às máscaras continuarão a variar por companhia aérea para além dessa data, pelo que estas agências europeias assinalam que, em voos de ou para um destino onde o uso de máscaras ainda é necessário nos transportes públicos, deve-se continuar a encorajar o uso de máscaras, de acordo com as recomendações.
Também os passageiros vulneráveis devem continuar a usar uma máscara facial independentemente das regras, defendem a EASA e o ECDC, especificando que, nestes casos, deve ser usada uma máscara do tipo FFP2/N95/KN95, “que oferece um nível de proteção mais elevado do que uma máscara cirúrgica padrão”.
Citado pela nota de imprensa, o diretor executivo da EASA, Patrick Ky, destaca que, “a partir da próxima semana, as máscaras de rosto deixarão de ser obrigatórias nas viagens aéreas em todos os casos, alinhando-se amplamente com as novas exigências das autoridades nacionais em toda a Europa em matéria de transportes públicos”.
“Para os passageiros e tripulações aéreas, este é um grande passo em frente na normalização das viagens aéreas”, adianta Patrick Ky, pedindo porém aos passageiros que se comportem “de forma responsável e respeitem as escolhas dos outros à sua volta”.
Já a diretora do ECDC, Andrea Ammon, observa que, “embora os riscos se mantenham, […] as intervenções e vacinas não-farmacêuticas [medidas restritivas] permitiram que as vidas começassem a voltar ao normal”, daí já não ser recomendado o uso obrigatório de máscara em viagens aéreas na UE.
Ainda assim, Andrea Ammon aponta ser “importante ter presente que, juntamente com o distanciamento físico e a boa higiene das mãos, [o uso de máscara] é um dos melhores métodos para reduzir a transmissão”.
Nas diretrizes divulgadas está ainda incluída uma “flexibilização das medidas mais rigorosas sobre as operações aéreas, o que ajudará a aliviar o fardo sobre a indústria, mantendo ao mesmo tempo medidas apropriadas em vigor”, adiantam as agências da UE.
A atualização surge numa altura em que as máscaras faciais deixam de ser obrigatórias em muitos Estados-membros da UE e em que algumas companhias aéreas já não o impõem. Segundo os dados do ECDC, cerca de 325 milhões de pessoas na UE estão totalmente vacinadas contra a covid-19 e perto de 230 milhões receberam uma dose de reforço.
IATA saúda “passo para a normalidade” com fim de máscaras recomendadas nos voos
A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) congratulou-se hoje com o fim da recomendação de máscaras obrigatórias em aeroportos e voos europeus, anunciado pelas autoridades europeias, falando num “passo no regresso à normalidade” para o setor.
Reagindo a este anúncio, o diretor-geral da IATA, Willie Walsh, afirma em comunicado “congratular-se com a recomendação da EASA de retirar a regra da máscara, que é mais um passo importante no caminho de regresso à normalidade para os passageiros aéreos”.
“Os viajantes podem futuramente ter liberdade de escolha sobre se devem ou não usar uma máscara e podem viajar com confiança por saberem que muitas características da cabine do avião, tais como a ventilação de alta frequência e filtros de alta eficiência, fazem deste um dos ambientes interiores mais seguros”, acrescenta Willie Walsh.
Ainda assim, o responsável lembra que, apesar do crescente relaxamento, alguns países irão manter essa imposição, lamentando que não haja uma “abordagem globalmente consistente” e falando num desafio para as companhias aéreas e passageiros que voam entre destinos com requisitos diferentes.
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