Snapchat sem rede. Wall Street sem bateria

As ações da rede social sofreram uma queda de seis dólares em dois dias. Wall Street fecha em terreno negativo penalizado pelas tecnológicas, mas também pelas farmacêuticas. A culpa é de Trump.

O mês de março está a marcar uma pausa nos ganhos das bolsas norte-americanas. Com uma valorização superior a 5% em 2017, Wall Street tem vindo a corrigir. O mesmo está a acontecer à Snap, a empresa que controla a rede social Snapchat, que fechou em queda depois de na semana passada ter feito a sua dispersão em bolsa. O dia ficou marcado pela desvalorização dos títulos da indústria farmacêutica por causa de um tweet de Donald Trump e pela divulgação de documentos da CIA pela Wikileaks.

Entre as tecnológicas quem sofreu mais foi a Snap. As ações da empresa sofreram uma queda de 10,48% para os 21,28 dólares, um valor que compara com os 17 dólares iniciais mas também com os 27,09 dólares que tinha no final da semana passada. A Reuters escreve que a Snap beneficiou por ter tido um dos maiores IPO dos últimos anos, mas depois está agora a sofrer com a falta de lucros, mas também de perspetivas para mais utilizadores.

O setor tecnológico sofreu mais um abalo vindo da Wikileaks: os documentos divulgados pela organização, alegadamente pertencentes à CIA, revelam que a agência de serviços secretos norte-americana tinha acesso a espionagem informática, incluindo smartphones da Apple ou Android, assim como aplicações supostamente encriptadas como é o caso do WhatsApp e do Signal. As ações da Apple desvalorizaram 0,06%, enquanto as ações da Alphabet (dona da Google) subiram 0,22%, fugindo ao escândalo.

Perante estas quedas, o Nasdaq, desvalorizou 0,26% para os 5.833,93 pontos. O Dow Jones continua abaixo dos 21 mil pontos, tendo caído 0,14% para os 20.924,76 pontos, já o S&P 500 foi o que teve a maior queda. O índice de referência norte-americano fechou a perder 0,30% para os 2.368,29 pontos.

No setor da saúde, empresas como a Biotech (-1,7%), a Pharmaceutical (-0,9%) e também a Pfizer e a Novartis desvalorizaram esta terça-feira depois do tweet de Donald Trump. Em 140 carateres, o presidente dos Estados Unidos anunciava que queria mudar a indústria para que esta se torne mais competitiva e, por isso, os medicamentos se tornem mais baratos. Além disso, os republicanos anunciaram que já têm um plano alternativo ao ObamaCare.

Na próxima semana, a 14 e 15 de março, a Reserva Federal volta a reunir-se para decidir se aumenta novamente a taxa de juro, um cenário bastante provável. Essa decisão terá implicações nos mercados, principalmente por indicar que existe confiança no futuro da economia norte-americana. Este fator tem dado mais volatilidade ao dólar e também tem feito os mercados estarem reticentes enquanto a decisão não é anunciada.

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