Altice altera boxes da televisão para enfrentar falta de chips

Altice Labs está à procura de cerca de 100 engenheiros para os próximos meses e trabalha com quase todos os operadores no Brasil. Nova líder da telecom volta a afastar cenário de aumento de preços.

A Altice está a mudar as boxes do serviço de televisão e de internet para adaptar-se à falta de semicondutores. O trabalho está a ser conduzido pelo laboratório do grupo de telecomunicações, na cidade de Aveiro, que completou o sexto aniversário. Com 700 engenheiros a pensarem no futuro, o Altice Labs tem de resolver os problemas do presente para não deixar os consumidores à espera. O operador voltou ainda a afastar um cenário de subida de preços.

“Há um router que foi desenhado há dois anos mas, de repente, deixa de ser fornecido um determinado componente. Nós temos de redesenhar o equipamento para substituir esse componente, com um fim de vida muito mais rápido. Nós não podemos dizer que o equipamento já não pode ser fornecido porque este componente já não existe. À conta disso, teriam de estar alguns meses à espera”, explicou aos jornalistas o diretor-geral do Altice Labs, Alcino Lavrador.

Com tempos de entrega de semicondutores superiores a um ano, a situação levou mesmo a empresa a “criar novos produtos, com funcionalidades semelhantes mas com componentes mais recentes, para os quais não há falta de mercado”, acrescentou o mesmo responsável. As entregas de boxes para televisão já têm o calendário definido até aos próximos 18 meses, acrescentou o responsável.

Apesar do desafio, o laboratório de inovação tem conquistado novos clientes e fornece serviços que beneficiam mais de 300 milhões de consumidores em 60 países, que representam três quartos das receitas (73%). O Brasil é um dos principais mercados onde o Altice Labs está presente, fornecendo três dos quatro operadores locais, como Oi (que foi controlada pela Portugal Telecom), TIM e Telefónica.

As encomendas não param e a equipa de 700 engenheiros não chega para todos os pedidos. Por isso, o Altice Labs vai contratar mais 100 especialistas nos próximos meses, para ajudar a desenvolver routers de internet, extensores de wifi e outras soluções de rede.

A equipa do laboratório de Aveiro também vai apostar cada vez mais na área da saúde, conforme demonstrado no evento do sexto aniversário, onde foi possível assistir, por exemplo, a uma ecografia com recurso a óculos de realidade aumentada por parte do médico para não desviar o olhar da barriga de uma grávida.

Aumentos afastados

Também presente no aniversário, a nova líder da Altice Portugal, Ana Figueiredo, voltou a afastar um cenário de aumento de preços junto dos consumidores por conta da inflação.

“Estamos a monitorizar todos os impactos macroeconómicos que o contexto internacional possa ter nas nossas operações. Fazemos isso num cenário de grande volatilidade como em qualquer outro contexto. Não temos tido impacto junto dos nossos clientes e a qualidade do serviço não tem sido impactada. […] Se tivermos de tomarmos medidas, assim o faremos. Neste momento, não temos planos de alteração de preços”, referiu a executiva em declarações ao ECO à margem do evento.

No primeiro trimestre, os resultados da Altice Portugal melhoraram face ao período homólogo, suportados em mais clientes e menos custos. Mas a empresa investiu menos do que em 2021. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da dona da Meo melhorou 8,7% em termos homólogos, para 222 milhões de euros.

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