Juros da dívida portuguesa a dez anos tocam máximo de 2017

Taxa de juro na maturidade de referência avança mais de dois pontos base, tendo chegado a tocar 2,384%, uma leitura que não era observada há quase cinco anos.

A taxa de juro de referência da dívida pública portuguesa registou esta quinta-feira um máximo de quase cinco anos. A yield das Obrigações do Tesouro a dez anos estão a subir mais de dois pontos base e chegaram a tocar 2,384% durante a manhã, uma leitura que não se observava desde outubro de 2017.

Com a inflação na Zona Euro a continuar a subir, o Banco Central Europeu (BCE) já admite a possibilidade de começar a aumentar os juros este verão, disse em maio a presidente Christine Lagarde, sendo que a próxima reunião de política monetária acontece já na próxima semana, em 9 de junho. Neste contexto, e numa altura em que permanece a incerteza sobre qual vai ser o desfecho da guerra na Ucrânia, os investidores estão a exigir um juro mais elevado para deterem títulos de dívida pública.

Juros da dívida portuguesa a dez anos:

Fonte: Investing.com

Esta perspetiva de aperto da política monetária pelos principais bancos centrais tem pressionado o preço da generalidade das obrigações soberanas no mercado secundário. Esta quinta-feira, os juros da dívida portuguesa subiam em todas as maturidades, tocando níveis de 2017 em geral, à exceção das obrigações de muito curto prazo (3 e 6 meses e 1 ano).

Mas a escalada dos juros não é um exclusivo de Portugal. No caso das bunds alemãs, a yield a dez anos subia cerca de 3,3 pontos base na manhã desta quinta-feira, para 1,2115%, tendo mesmo alcançado um máximo de 2014. De acordo com o Investing.com, uma plataforma de informação sobre os mercados financeiros, o spread entre os juros da dívida portuguesa e alemã, na maturidade de referência, não era tão elevado desde meados de 2020.

Juros da dívida alemã a dez anos:

Fonte: Investing.com

Além destes, os juros da dívida pública de outros países europeus também sobem esta quinta-feira. A taxa a dez anos em Espanha soma 4,7 pontos base, para 2,336%, um máximo de 2014, enquanto a italiana chega a subir 6,2 pontos base, para 3,245%, o que representa o valor mais elevado desde 2018. No mercado secundário, os juros movem-se no sentido inverso ao preço das obrigações.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h20)

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