Boris Johnson sobrevive a moção de censura interna

O primeiro-ministro britânico vai manter-se no cargo, após a votação da moção de censura desencadeada pelos deputados do Partido Conservador.

A moção de censura desencadeada dentro do Partido Conservador (tories) ao primeiro-ministro britânico foi chumbada. Boris Johnson obteve a confiança de 211 deputados do partido, mas 148 votaram contra a continuidade do líder em Downing Street, anunciou Graham Brady, presidente do Comité 1922, esta segunda-feira, após a contagem dos votos conservadores.

Posso anunciar que o partido parlamentar tem confiança no primeiro-ministro“, disse Brady. Dentro da bancada tory, Johnson tem o apoio de 58,8% do partido, menos que os 63% alcançados por Theresa May num desafio semelhante em 2018. A anterior primeira-ministra também sobreviveria a uma moção de censura interna, mas acabou por renunciar ao cargo menos de seis meses depois na sequência de negociações falhadas para um acordo do Brexit.

A comparação entre os resultados dos dois líderes abriu um novo debate sobre quanto está Johnson fragilizado para continuar a liderar o Reino Unido. O líder trabalhista, Keir Starmer, reagiu de imediato no Twitter a indicar que o país tem de escolher entre “tories divididos” ou um “partido trabalhista unido”.

A moção de censura foi acionada após polémicas devido às festas em Downing Street durante o confinamento. O governante tinha de garantir o voto de pelo menos 180 deputados, 50% dos 359 conservadores no Parlamento britânico, para se manter no cargo. Após a apresentação das “cartas de desconfiança” de 54 deputados conservadores, o voto ocorreu durante esta tarde, na Câmara dos Comuns.

Em causa está um caso que tem sido apelidado de “Partygate”, após terem sido reveladas festas ilegais em Downing Street enquanto estavam em vigor regras restritas devido à Covid-19. Boris Johnson chegou mesmo a ser multado pela participação numa festa de aniversário surpresa em junho de 2020, tornando-se o primeiro chefe de Governo britânico culpado por desrespeitar a lei em funções.

No rescaldo dos escândalos, o primeiro-ministro britânico assumiu a responsabilidade pelas festas mas recusou demitir-se. No entanto, acabou por ter de enfrentar uma moção de censura dentro do próprio Partido Conservador.

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