Quase 700 mil estrangeiros vivem em Portugal e 30% são brasileiros
Em 2021 verificou-se, pelo sexto ano consecutivo, um acréscimo da população estrangeira residente, com um aumento de 5,6% face a 2020, totalizando 698.887 cidadãos estrangeiros.
A população estrangeira residente em Portugal aumentou em 2021 pelo sexto ano consecutivo, totalizando 698.887 cidadãos, mantendo-se a comunidade brasileira como a mais representativa e a que mais cresceu, revelou esta quinta-feira o SEF.
“Em 2021 verificou-se, assim, pelo sexto ano consecutivo, um acréscimo da população estrangeira residente, com um aumento de 5,6% face a 2020, totalizando 698.887 cidadãos estrangeiros titulares de autorização de residência, valor mais elevado registado pelo SEF, desde o seu surgimento em 1976”, refere o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), a que Lusa teve acesso.
O RIFA ressalva que o contexto de pandemia provocou “uma desaceleração no aumento da população estrangeira residente, em linha com o ocorrido em 2020”, apesar de se manter o crescimento da população estrangeira residente no período compreendido entre 2015 e 2021 (mais 310.156).
Segundo o SEF, os brasileiros mantêm-se como a principal comunidade estrangeira residente no país, representando no ano passado 29,8% do total, o valor mais elevado desde 2012. O documento avança que, no final do ano passado, viviam em Portugal 204.694 brasileiros, sendo também a comunidade oriunda do Brasil a que mais cresceu em 2021 (11,3%) face a 2020.
O RIFA precisa que o Reino Unido mantém a posição em relação a 2020 apesar do decréscimo de 9,3%, sendo a segunda nacionalidade estrangeira mais representativa em Portugal. No final de 2020, viviam em Portugal 204.694 brasileiros, seguido dos cidadãos do Reino Unido (41.932), de Cabo Verde (34.093), Itália (30.819), Índia (30.251), Roménia (28.911), Ucrânia (27.195), França (26.719), Angola (25.802) e China (22.782).
“O crescimento sustentado dos cidadãos estrangeiros, oriundos dos países da União Europeia, confirmam o particular impacto dos fatores de atratividade já apontados em anos anteriores, como a perceção de Portugal como país seguro, bem como as vantagens fiscais decorrentes do regime para o residente não habitual”, realça.
O RIFA destaca também o crescimento dos naturais da Índia que sobe quatro posições, ocupando agora o quinto lugar, ultrapassando a França, China, Ucrânia e Roménia, bem como da Itália que está na quarta posição, “confirmando o crescimento que se tem verificado nos últimos anos”. Os imigrantes residem sobretudo no litoral, sendo que 68% estão registados nos distritos de Lisboa, Faro e Setúbal, totalizando 466.779 cidadãos residentes, enquanto em 2019 eram 450.074.
O RIFA dá conta que se verificou um aumento de estrangeiros a viver no distrito de Viana do Castelo e, por outro lado, registou-se uma descida em Bragança, frisando que, em termos de áreas de residência, ocorreram subidas em Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo com um aumento de 9,8% em consequência das subidas de Setúbal, Beja e Santarém.
No que diz respeito ao fluxo migratório, o SEF indica que se mantêm a tendência de descida de novos títulos emitidos (111.311), com uma diminuição de 5,8% face a 2020, “confirmando o impacto da pandemia, já observável em 2020”. Também a maior parte dos novos títulos foram atribuídos a brasileiros (39.456), seguindo-se os indianos (7.407) e Itália (5.302).
“Os motivos mais relevantes na concessão de novos títulos de residência foram a atividade profissional (35.886), o reagrupamento familiar (20.718) e o estudo (10.919)”, lê-se no RIFA, salientando “a forte preponderância da atividade profissional nas nacionalidades oriundas da Ásia”.
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