Comissão Europeia apresenta em julho plano de emergência para reduzir procura de energia

  • Lusa
  • 24 Junho 2022

“Estamos a trabalhar num plano comum europeu de redução da procura de emergência com a indústria, mas também com os 27 Estados-membros”, disse Ursula von der Leyen.

A Comissão Europeia está a preparar um plano comum de emergência para redução da procura de energia, que será apresentado em julho aos líderes da União Europeia (UE), anunciou esta sexta-feira a líder do executivo comunitário.

“Estamos a trabalhar num plano comum europeu de redução da procura de emergência com a indústria, mas também com os 27 Estados-membros”, disse Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas. “Apresentarei este plano em julho aos líderes” da UE, referiu.

A líder do executivo comunitário salientou que os planos nacionais de emergência foram revistos, para garantir que “todos estão prontos para enfrentar mais interrupções” no fornecimento, salientando que 12 Estados-membros foram afetados pelos cortes de fornecimento de gás russo.

Von der Leyen garantiu ainda que “não haverá um retorno aos combustíveis fósseis baratos”, indicando que os fornecimentos de gás natural liquefeito pelos Estados Unidos aumentaram 75%, os do gasoduto norueguês subiram 15% e do Azerbaijão mais de 90%.

Costa quer UE com “outra situação” no outono e admite “riscos globais” no gás

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu na mesma ocasião que a União Europeia (UE) deve chegar ao outono “com outra situação” energética, dada a dependência da Rússia, admitindo ainda “riscos globais” no fornecimento do gás, apesar da baixa dependência de Portugal.

“É fundamental chegarmos ao outono com outra situação porque nessa altura o consumo de energia vai aumentar, sobretudo nos países mais frios, que são também os mais dependentes do fornecimento de energia por parte da Rússia”, disse o chefe de Governo, falando em conferência de imprensa, no final de um Conselho Europeu, em Bruxelas.

No dia em que os líderes da UE discutiram questões sobre a atual crise energética agora acentuada pela guerra da Ucrânia, António Costa apontou que “os riscos são globais” relativos ao fornecimento do gás à Europa, embora destacando a baixa de dependência de Portugal.

“Portugal é um país que não depende, como a Alemanha depende, do fornecimento de gás russo e temos uma fortíssima incorporação no nosso consumo de energia das energias renováveis”, que pesam 60% na produção de eletricidade, destacou o primeiro-ministro.

Numa altura que se teme o corte do fornecimento do gás russo à UE, dados os constrangimentos existentes pela guerra da Ucrânia, António Costa garantiu que, em Portugal, “daqui até ao inverno, haverá um reforço da capacidade de produção energética, designadamente com Cascata do Tâmega, que entrará em pleno funcionamento no próximo mês, e também de novos parques solares que vão continuar a reforçar a forte componente de energias renováveis no ‘mix’ energético” do país.

O chefe de Governo adiantou que “a orientação na UE” deve ser a de “acelerar, para todos os que podem fazer, a transição para novas formas de produção energia e, por outro lado, reforçar os mecanismos de compras conjunta, os mecanismos de interconexões e os mecanismos de todos colaborarem numa operação logística para assegurar que os países que são mais dependentes do gás e do petróleo russo possam ter fontes alternativas tão cedo quanto possível”.

Além disso, apesar da elevada inflação causada pelos preços energéticos, Portugal tem das taxas “mais baixas”, destacou António Costa, falando ainda no contributo que o porto de Sines poderá dar para que os países, “que se tentam libertar do gás russo, o possam fazer com maior facilidade”, por o gás natural liquefeito “poder ser uma alternativa” para países como Alemanha, Polónia e República Checa.

Já dada a duração incerta da guerra da Ucrânia, António Costa concluiu ser “muito difícil antecipar” o futuro impacto na formulação dos preços da energia.

 

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