AIE alerta Noruega para declínio na procura de petróleo e recomenda aposta nas tecnologias limpas
A Agência Internacional de Energia alerta que a Noruega deve reforçar a aposta em hidrogénio verde ou eólicas offshore dado que existem sinais de um declínio no mercado do petróleo a partir de 2025.
A Noruega vai ter que se preparar para uma quebra na procura de petróleo e gás nas próximas décadas, à medida que os países a quem fornece estas matérias-primas começam a libertar-se da dependência dos combustíveis fósseis. O alerta deixado pela Agência Internacional de Energia (AIE) surge numa altura em que se agrava a crise energética motivada pela guerra na Ucrânia.
“Olhando para além de 2025, o nível de investimento futuro nos campos de petróleo da Noruega permanece incerto“, refere o relatório da entidade divulgado esta quarta-feira, reconhecendo no entanto que o país está “excecionalmente bem posicionado para a transição energética”. As energias renováveis representam 98% da geração de energia da Noruega e com 50% do consumo final total, o país possui a maior parcela de eletrificação entre os países membros da AIE, o que significa que já foram feitos avanços significativos na redução de emissões no país. Porém, “as reduções restantes serão mais complexas, desafiadoras e caras, principalmente no transporte e na indústria“, diz a AIE.
Para cumprir com as metas ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa em 90 a 95% em relação aos níveis de 1990 até 2050, a AIE frisa que “há um trabalho considerável” pela frente, recomendando, por isso, que a Noruega fortaleça a aposta em tecnologias limpas como o hidrogénio verde, energia eólica offshore ou através da captura e armazenamento de carbono.
Apesar das recomendações a AIE, a Noruega mantém-se confiante de que o seu petróleo e gás vão poder continuar a competir num mercado, aparentemente, em declínio. Face à redução do abastecimento de gás russo a vários países europeus, a União Europeia chegou a acordo com a Noruega, na passada quinta-feira, para aumentar as entregas de gás.
Oslo e Bruxelas pretendem “intensificar a cooperação para garantir fornecimentos adicionais de gás de curto e longo prazo da Noruega”, cita a Reuters o comunicado conjunto assinado pelo vice presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, e o ministro de Energia da Noruega, Terje Aasland. “Existe um forte potencial de aumento de vendas para a Europa em 2022, trazendo cerca de 100 terawatt-hora de energia extra para o mercado europeu”. Na mesma nota, o executivo comunitário aponta a Noruega como um “grande fornecedor” para a Europa além de 2030 e expressou apoio para aumentar sua exploração de petróleo e gás.
Face à escassez de gás russo a alguns países europeus, a Noruega viu-se forçada a aumentar a produção de gás, prevendo que as vendas aumentassem em 8% para 122 bilhões de metros cúbicos ainda este ano.
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