ERSE está a investigar disparo temporário no preço do mercado ibérico da eletricidade em junho
Disparo temporário até aos 1.200 euros por MWh no Mibel, em junho, levou BE e PSD a requererem uma audição parlamentar ao líder da ERSE. Pedro Verdelho garantiu que a questão está a ser investigada.
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) garantiu esta quarta-feira estar a investigar o disparo no preço da eletricidade no mercado grossista – onde comercializadores compram eletricidade aos produtores –, que ocorreu a 15 de junho no Mercado Ibérico de Eletricidade (Mibel), quando o preço marcou os 1.200 euros por megawatt hora (MWh) durante quatro horas, conforme noticiou o Expresso, a 20 de junho.
Numa audição parlamentar ao presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) requerida pelo PSD e Bloco de Esquerda, na Comissão de Ambiente e Energia, na Assembleia da República, Pedro Verdelho afirmou que a “situação está a ser alvo de uma inspeção pela ERSE“, frisando haver “um quadro de verificação cuidadosa que tem que ser feita”. Pedro Verdelho não adiantou informações sobre que produtor de eletricidade possa ter beneficiado deste disparo.
“Posso afirmar que tendo em consideração a análise feita, que isto não impacta os preços do mercado livre, nem os preços pagos pelos consumidores. Posso afirmar que a situação é indesejável. Uma ação regulatória é pretendida e assim o faremos nessa situação”, garantiu o responsável em resposta às questões colocadas pelos deputados.
Verdelho explicou que o “problema surgiu na segunda sessão do mercado interdiário”, pelas 15h de 15 de junho, altura em que é transacionada energia “para as últimas quatro horas do dia e as 24 horas do dia seguinte”, sendo que essa sessão “acaba por ser a última possibilidade que os agentes de mercado têm para transacionar energia para o dia próprio”, explicou.
Durante a sua intervenção, o presidente do conselho administrativo da reguladora afirmou que foi uma “sessão com pouca liquidez” e que “a quantidade de energia disponível foi menor”. Ou seja, “o que se verificou foi uma compra de energia de valor superior à energia habitualmente transacionada. O preço deixou de ser marcado pela oferta e passou a ser definido por quem compra”, o que resultou nos 1.200 euros por MWh.
De acordo com o Expresso, o preço intradiário em Portugal fixou-se em 1200 euros por MWh entre as 20h e as 24h de 15 de junho, enquanto em Espanha, onde o preço está na generalidade alinhado com o português pois o mercado é partilhado, o preço oscilou entre 339 e 183 euros por MWh. A energia vendida em Portugal a este preço muito acima do normal teve origem hidroelétrica, informa o mesmo meio, e terá rendido um ganho da ordem dos 600 mil euros ao produtor ou produtores que venderam essa mesma energia.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
ERSE está a investigar disparo temporário no preço do mercado ibérico da eletricidade em junho
{{ noCommentsLabel }}