Governo vai “libertar as empresas de alguns constrangimentos fiscais”
António Costa apontou à subida de 20% do salário médio até 2026, mas o ministro da Economia diz que “não [se pode] exigir às empresas o que não podem pagar”, admitindo já “reduções seletivas no IRC".
O ministro da Economia e do Mar adverte que “não [se pode] exigir às empresas aquilo que elas não podem pagar”, em referência à meta a quatro anos traçada pelo próprio António Costa de aumentar o peso dos salários no PIB de 45% para 48%, atual valor de referência na União Europeia, o que significaria uma subida de 20% no salário médio em Portugal até 2026.
“A questão dos salários é muito importante. Eu penso que a ideia do senhor primeiro-ministro é clara – ele quer um país com empresas mais competitivas e, também, com salários mais competitivos. Agora, nós não podemos exigir às empresas aquilo que elas não podem pagar. Temos de criar condições para libertar as empresas de alguns constrangimentos [fiscais]”, frisou António Costa Silva.
Em entrevista ao programa Conversa Capital, transmitido pelo Negócios e à Antena 1, o governante particularizou a importância de “reduções seletivas do IRC e tudo o que [se possa] fazer do ponto de vista fiscal”, classificando igualmente como cruciais as “medidas para combater a inflação e dar mais suporte ao desenvolvimento das empresas” portuguesas.
Não se pode pedir este aumento do salário médio sem dar nada em troca às empresas, que lhes permita ganhar competitividade? “É isso mesmo. É um pacote global que tem de ser articulado. Penso que estaremos em condições para o fazer. Pelo menos na concertação social estamos a tentar, no acordo da competitividade e dos rendimentos, ver como isso se vai propiciar”, respondeu o ministro da Economia, notando “uma grande consonância de todos os parceiros sociais na questão da valorização salarial”.
O primeiro-ministro sinalizou o início do outono como meta para o acordo de rendimentos, que já começou a ser abordado ao nível de grupos de trabalho com representantes dos parceiros sociais. O objetivo é fazer um acordo com metas plurianuais para aumentos salariais, semelhante ao Acordo de Concertação Estratégica 1996/1999, feito no primeiro Governo de António Guterres.
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