Medina diz que acordo de rendimentos é “altamente desejável” em 2023

O acordo de rendimentos é essencial para a estabilização da procura interna, bem como para a estabilidade social, admite o ministro das Finanças.

O acordo de rendimentos, que é uma promessa socialista feita em 2019, tem vindo a arrastar-se, mas o ministro das Finanças assegura que seria um elemento essencial para o país em 2023. “Termos um entendimento que permita estabilização da procura interna é essencial se nos vamos debater com restrições à procura externa“, apontou Fernando Medina.

O ministro falava na conferência Millennium Talks, no Porto, onde perspetivou o próximo ano. “Em 2023, seria altamente desejável a construção de um acordo em matéria de política de rendimentos“, sinalizou, defendendo que “temos um sistema de concertação mas devemos levar mais longe este esforço”.

Medina admitiu que o Governo foi criticado pela política salarial deste ano, referindo-se ao aumento dos funcionários públicos de 0,9%, que foi altamente contestado pelos sindicatos representantes dos trabalhadores. Mesmo assim, disse continuar a defender a decisão, “que foi a correta num ano de incerteza em que precisamos de não correr riscos” e ter em conta o processo inflacionário.

Já para o próximo ano, apontou que “precisamente um dos muros que teremos que evitar na economia é o do abrandamento da economia“, nomeadamente por via do consumo. Tal “decorrerá num contexto em que a inflação já levará dois anos e em que as políticas salariais não acompanharam a inflação”, admitiu.

Neste contexto, “termos um entendimento que permita a estabilização da procura interna é essencial se vamos debater com restrições à procura externa”, defendeu. Com o abrandamento da procura externa, “teremos que cuidar da procura interna”, sinalizou Medina, acrescentando também que a “estabilidade social é elemento essencial para o sucesso do país”, principalmente em alturas de incerteza.

O primeiro-ministro sinalizou o início do outono como meta para o Acordo de Rendimentos, que já começou a ser abordado ao nível de grupos de trabalho com representantes dos parceiros sociais. O objetivo é fazer um acordo com metas plurianuais para aumentos salariais, semelhante ao Acordo de Concertação Estratégica 1996/1999, feito no primeiro Governo de António Guterres.

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