Taxa de juro nos novos créditos da casa supera 1% em junho

Taxa de juro implícita nos créditos à habitação contratados nos últimos três meses acelerou e atingiu 1,158% no mês passado, superando 1% pela primeira vez desde o final de 2020.

A taxa de juro implícita nos novos créditos à habitação ultrapassou 1% no mês passado, algo que não acontecia desde o final de 2020. Trata-se de um aumento de 18,8 pontos base face ao mês anterior.

De acordo com dados divulgados pelo INE, os juros nos contratos celebrados nos últimos três anos aceleraram de 0,970% em maio para 1,158% em junho, refletindo o novo contexto de subida das taxas de juro, que tem agravado o preço do dinheiro às famílias portuguesas.

Já a taxa implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação também aumentou, mas a um ritmo inferior, ao subir em 3,2 pontos base, avançando de 0,826% em maio para 0,858% em junho, segundo o gabinete nacional de estatísticas.

Juros implícitos no crédito da casa

Fonte: INE

Os dados do INE começam a refletir a subida dos juros nos mercados, numa altura em que as taxas Euribor, usadas como indexante nos créditos à habitação, também já regressaram a terreno positivo, na expectativa da subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE).

Observando o destino Aquisição de Habitação, que é “o mais relevante no conjunto do crédito à habitação”, o aumento da taxa implícita nos créditos celebrados nos últimos meses foi ainda maior, acelerando em 19,7 pontos base no mês passado, para 1,163%. No total dos créditos para compra de casa, o aumento foi de 3,3 pontos base, para 0,874%, de acordo com o instituto.

O INE mostra ainda a evolução da prestação média mensal e do capital médio em dívida. No caso da prestação mensal, considerando a totalidade dos contratos, notou-se um aumento de um euro, para 261 euros, dos quais 43 euros referentes a juros e os restantes 218 referentes à amortização de capital. Para os novos contratos, a subida foi de 18 euros, para 409 euros.

Prestação da casa acelera

Fonte: INE

Quanto ao capital médio em dívida, na totalidade dos créditos, este subiu 447 euros, para 60.061 euros. No caso dos novos créditos, o montante aumentou 421 euros, para 127.051 euros.

Capital médio em dívida e juros implícitos

Fonte: INE

Como explica o INE, estes dados têm “como objetivo fornecer indicadores do esforço financeiro assumido pelas famílias e pelo Estado no crédito à habitação”. Os juros têm vindo a subir em reflexo da expectativa de subida das taxas de juro pelos bancos centrais para combater a inflação. Esta quarta-feira, as taxas Euribor a três, seis e 12 meses atingiram novos máximos, de outubro de 2014, setembro de 2012 e agosto de 2012, respetivamente.

Enquanto a norte-americana Fed já promoveu várias subidas dos juros este ano, o BCE vai reunir já esta quinta-feira, onde poderá realizar a primeira subida dos juros diretores deste ciclo económico, que pode chegar aos 50 pontos base. A confirmar-se, será a primeira subida dos juros numa década.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h29)

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