Kremlin diz que dificuldades no fornecimento de gás se devem a sanções ocidentais
Segundo o porta-voz da presidência russa, “são estas restrições que não permitem a reparação de equipamentos, incluindo turbinas que operam em estações de compressão” do gasoduto Nord Stream.
O Kremlin atribui esta quinta-feira que as complicações em torno do fornecimento de gás russo à Europa às sanções impostas à Rússia pelos países ocidentais por causa da invasão da Ucrânia.
“As dificuldades tecnológicas relacionadas [com o fornecimento] ocorrem devido às restrições que os próprios Estados europeus introduziram“, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.
Segundo o porta-voz da Presidência russa, “são estas restrições que não permitem a reparação de equipamentos, incluindo turbinas que operam em estações de compressão” do gasoduto Nord Stream 1. “E são essas restrições que levam atualmente algumas unidades a não receberem o reparo necessário“, afirmou Peskov.
Segundo o Kremlin, a empresa de gás russa Gazprom está pronta para cumprir todas as suas obrigações, como disse recentemente o Presidente russo, Vladimir Putin. A Gazprom interrompeu os fornecimentos na semana passada para realizar trabalhos de manutenção. O operador do gasoduto Nord Stream 1 concluiu esta quinta-feira “com sucesso” os trabalhos de manutenção planeados na infraestrutura de gás, que transporta gás russo diretamente para a Alemanha sob o Mar Báltico.
“A Nord Stream AG concluiu com sucesso todos os trabalhos de manutenção planeados nas duas vertentes dentro do período estabelecido. O envio de gás foi retomado em 21 de julho”, disse a empresa, com sede na Suíça, num breve comunicado.
Antes de iniciar a manutenção anual do gasoduto em 11 de julho, o Nord Stream 1 fornecia 67 milhões de metros cúbicos de gás por dia, correspondendo a 40 por cento da sua capacidade. Tinha reduzido o fornecimento em dois lotes, primeiro em 40% e depois em 33%, devido a problemas com equipamentos de bombeamento reparados e falhas técnicas nos motores.
A Rússia indicou que, por todas essas razões, apenas duas turbinas funcionam atualmente na estação de compressão de Portovaya, na região de Leningrado. Moscovo alertou na terça-feira que novos problemas podem surgir já na próxima semana se um motor que estava em reparo na fábrica da Siemens no Canadá não for devolvido a tempo. Assim, apenas uma turbina permaneceria em operação, o que obrigaria a redução da vazão pela metade antes da manutenção, ou seja, cerca de 30 milhões ou 33 milhões de metros cúbicos por dia.
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