BRANDS' TRABALHO A produtividade em tempos desafiantes: foco nas pessoas
Face aos tempos desafiantes que o mundo corporativo tem atravessado, a dinâmica de trabalho mudou e as empresas também devem mudar a forma como medem a produtividade das suas pessoas.
As organizações continuam a atravessar um período de revisão e atualização das suas estratégias de Recursos Humanos (RH) adequadas ao novo modelo de trabalho – o teletrabalho. Cabe às áreas de Gestão de Pessoas conduzirem as transformações e evoluções que permitam manter os colaboradores informados, alinhados e motivados para as constantes mudanças.
Durante este período, é essencial as organizações medirem a performance de cada pessoa na função que desempenha, dos objetivos e metas a serem alcançados. É necessário implementar ferramenta(s) que permitam às empresas identificar problemas de integração, supervisão, motivação e visibilidade do potencial das suas pessoas.
Uma das principais componentes da Gestão de Pessoas é a performance ou avaliação de desempenho. Uma ferramenta que permite acompanhar as necessidades de desenvolvimento de competências, o posicionamento e progressão de carreira, oportunidades de aumento salarial e prémios. Uma das formas de garantir que o sistema integrado de gestão de RH está corretamente desenhado com base na estratégia e a realidade da empresa, é através da funcionalidade e operacionalidade do sistema de avaliação de desempenho.
"É possível quantificar a produtividade das pessoas por intermédio da definição de novos KPIs, novas métricas que possibilitem o acompanhamento do desempenho individual e organizacional neste contexto.”
Porém, o teletrabalho trouxe um grande desafio para as áreas de Recursos Humanos e os gestores de equipa: como medir a produtividade das pessoas em regime de teletrabalho? É possível quantificar a produtividade das pessoas por intermédio da definição de novos KPIs, novas métricas que possibilitem o acompanhamento do desempenho individual e organizacional neste contexto.
Como medir a produtividade das pessoas em teletrabalho?
Abaixo menciono algumas sugestões de fatores que considero essenciais a serem desenvolvidos pela organização e nos colaboradores:
1. Para as organizações:
- Políticas claras sobre teletrabalho;
- Comunicação eficaz perante toda a empresa;
- Possibilidade de horários flexíveis – reforçando o work/life balance.
2. Para os colaboradores:
- Capacidade de trabalhar com autonomia;
- Qualidade dos entregáveis;
- Trabalho em equipa (à distância);
- Capacidade de comunicação clara e concisa (com colegas, clientes e/ou parceiros);
- Pontualidade em reuniões remotas;
- Prontidão de resposta, clareza e direção.
Adicionalmente, devemos considerar o fator “motivação” em tempos desafiantes ao medirmos a produtividade das nossas pessoas. Um colaborador motivado é capaz de ultrapassar barreiras utilizando o máximo do seu potencial e da sua capacidade para executar as tarefas e corresponder com as expectativas da sua função. Por outro lado, temos conhecimento sobre o aumento de casos de depressão e burnout, de colaboradores em teletrabalho à volta do mundo que tem causado o aumento dos índices de rotatividade nas empresas.
"O grande desafio para as organizações será rever as suas estratégias de forma transversal, para proporcionar uma experiência profissional saudável, sustentável e integrada, sabendo que as pessoas estão disconectadas com o físico.”
Em regime de teletrabalho, é natural que as pessoas tenham a tendência para trabalhar “mais”, não significando que estejam a ser “mais produtivos”. A perceção do tempo e do espaço muda e, naturalmente, trabalha-se a qualquer hora e em qualquer lugar, consequentemente perdendo o controlo da vida pessoal e por vezes da própria produtividade. Para estes casos, o conceito “switch off” tem de ser implementado pelos gestores das equipas, com base nos níveis de produtividade, entrega e empenho de cada um. É fundamental que os gestores estejam atentos a esta necessidade.
Uma das formas que os gestores podem implementar o conceito “switch off” é através da elaboração de planos de trabalho periódicos para as suas equipas. Estes planos devem ser claros e concisos, com cronogramas realísticos que são partilhados antecipadamente às pessoas. O colaborador terá a oportunidade de se preparar para executar as suas tarefas de forma organizada dentro dos prazos definidos, tendo controlo sobre o tempo e forma de trabalhar.
O grande desafio para as organizações será rever as suas estratégias de forma transversal, para proporcionar uma experiência profissional saudável, sustentável e integrada, sabendo que as pessoas estão desconectadas com o físico. As ferramentas e modelos de avaliação e de monitoria da produtividade têm de ser ajustados de acordo com a nova dinâmica de trabalho. E neste sentido, ajuda a reter talento, e ao mesmo tempo, estabelecer processos e as políticas necessárias para auxiliar as evoluções.
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