Lucros da EDP Renováveis disparam 87% à boleia da subida dos preços da energia

Preço médio de venda da energia aumentou 27% em termos homólogos, revela a empresa, "maioritariamente devido aos preços de mercado na Europa e a atualização do quadro regulatório em Espanha".

A EDP Renováveis aumentou os lucros em 87% para 265 milhões de euros no primeiro semestre do ano, um resultado que compara com os ganhos de 142 milhões registados há um ano e é explicado pelo aumento dos preços da energia, anunciou a empresa ao mercado.

Os “resultados sólidos no primeiro semestre, maioritariamente impactada pelo aumento do preço médio de venda e de produção, resultando num
EBITDA e resultado líquido robustos”, escreve a empresa na apresentação de resultados. As receitas totalizaram 1.237 milhões de euros, ou seja um aumento de 45% face aos seis primeiros meses de 2021 (381 milhões de euros). O preço médio de venda aumentou 27% em termos homólogos, revela a empresa, “maioritariamente devido aos preços de mercado na Europa e a atualização do quadro regulatório em Espanha”.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 49% em termos homólogos para 976 milhões de euros. Já o EBIT (lucro antes dos juros e impostos) subiu 76% para 640 milhões de euros “resultado do forte desempenho ao nível de receitas.

Por outro lado, os custos operacionais ascenderam a 463 milhões de euros neste período, uma subida homóloga de 40% que se deveu à maior capacidade operacional e aos custos antecipados para lidar com o crescimento acelerado. “A sólida performance operacional da EDPR no primeiros semestre foi impactada pela maior produção de energia” devido à “capacidade instalada adicional e melhor recurso renovável”. A empresa sublinha que em junho “alcançou o seu nível máximo histórico de capacidade em construção, suportada pela nova capacidade a ser adicionada em 2022 e 2023”.

A EDP Renováveis revelou também que a dívida líquida totalizava os 5,23 mil milhões de euros no final de junho, correspondendo a um aumento de 2,3 mil milhões em relação a dezembro. Este agravamento é explicado pelos investimentos feitos neste período, nomeadamente a compra da Sunseap, por 600 milhões de euros. Para o agravamento da dívida contribuiu também “a caixa gerada por ativos e a estratégia de rotação de ativos”, rotação que gerou proveitos operacionais de 134 milhões de euros, ou seja, menos seis milhões face ao ano anterior, “devido principalmente às transações de rotação de ativos concluídas na Polónia e Espanha que geraram 99 milhões de mais-valias”.

A EDP Renováveis é a segunda empresa na área da energia a apresentar resultados esta semana (na segunda-feira foi a vez da Galp) e é a segunda a registar aumentos significativos os lucros. Estes resultados estão a alimentar novamente a discussão de uma eventual introdução de um imposto sobre os lucros excessivos, uma medida reclamada pela oposição e que o Governo descartou. O ministro da Economia depois de defender abertamente os windfall tax, à semelhança do FMI e da OCDE, recuo e diz que o Executivo “está a monitorizar tudo o que se está a passar”, sempre que é questionado sobre o tema.

(Notícia atualizada com mais informação)

 

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