É oficial: Líder do Congresso dos EUA visita Taiwan

  • Joana Abrantes Gomes
  • 2 Agosto 2022

"A visita da nossa delegação do Congresso a Taiwan honra o compromisso inabalável da América em apoiar a vibrante democracia de Taiwan", disse Pelosi.

Depois de dias de especulações, a líder do Congresso dos EUA está mesmo de visita a Taiwan, apesar das ameaças da China de que tomaria medidas “firmes” caso a visita avançasse. O avião que transporta Nancy Pelosi e uma delegação do Congresso aterrou na ilha pouco antes das 23 horas locais.

A visita da nossa delegação do Congresso a Taiwan honra o compromisso inabalável da América em apoiar a vibrante democracia de Taiwan“, afirma a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, num comunicado oficial, reiterando que a sua visita “não contradiz de forma alguma a política de longa data” dos EUA em relação à China.

Na mesma declaração, a responsável norte-americana sublinha também que as discussões entre EUA e a liderança de Taiwan focar-se-ão na reafirmação do apoio de Washington à ilha asiática e na promoção dos interesses comuns, “incluindo o avanço de uma região Indo-Pacífico livre e aberta”. “A solidariedade da América com os 23 milhões de taiwaneses é hoje mais importante do que nunca, pois o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia“, acrescenta.

Entretanto, Pequim, na pessoa do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, já reagiu à notícia da visita da líder do Congresso norte-americano a Taiwan, considerando que “fere a paz e a estabilidade” na região e que se trata de uma “atitude extremamente perigosa dos EUA”.

De acordo com o jornal estatal chinês Global Times, o Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês) da China vai realizar, entre quinta-feira e domingo, exercícios militares e atividades de treino, incluindo exercícios de tiro em seis regiões ao redor da ilha de Taiwan.

Citando o ministro da Defesa chinês, o Global Times noticia ainda que o exército do país lançará uma série de operações militares em resposta à visita de Pelosi a Taipé, e defenderá resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial.

O voo que transportou Nancy Pelosi partiu esta terça-feira de Kuala Lumpur às 15h42 (8h42 em Portugal) sem especificar o destino e chegou ao aeroporto de Taipé por volta das 22h45 locais (15h45 em Portugal), próximo da hora prevista de chegada.

Numa mensagem publicada cerca das 15h10 (hora de Lisboa) na rede social Twitter, a página de internet norte-americana Flightradar24, que permite seguir a rota de avião em tempo real com base no seu código de voo, já tinha avançado que o voo com o código SPAR19, em que seguia Nancy Pelosi, estava no espaço aéreo de Taiwan.

A líder do Congresso dos EUA está desde há alguns dias em visita oficial ao continente asiático, mas nunca referiu Taiwan na lista de países que fazem parte da sua viagem à região do Indo-Pacífico, e que inclui Singapura, Malásia – de onde partiu esta terça-feira –, Indonésia, Coreia do Sul e Japão.

A imprensa norte-americana avançou, na semana passada, a possibilidade de a viagem à Ásia de Pelosi passar por Taiwan, sendo que tanto representantes militares como civis chineses têm alertado para as possíveis consequências da visita da responsável norte-americana.

Um vídeo transmitido esta terça-feira nas redes sociais mostra imagens alegadamente gravadas nas praias de Pingtan, perto de Xiamen, com veículos militares a desfilar perante o olhar atónito dos banhistas.

A China reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan, com quem os Estados Unidos não mantêm relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os EUA, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar em caso de conflito com o gigante asiático.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h50)

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