Lucros da Corticeira Amorim sobem 21% com muselets de Turim

Consolidação da italiana Saci, produtora da estrutura em arame que encaixa na rolha das garrafas de espumante, permitiu ao grupo da Feira vender 546 milhões e lucrar 48 milhões no primeiro semestre.

A Corticeira Amorim registou lucros de 48 milhões de euros no primeiro semestre, o que representa uma subida de 20,6% em relação ao mesmo período de 2021. Para este resultado beneficiou da consolidação da empresa italiana que passou a controlar no início deste ano: aportou três milhões de resultado líquido e, sem ela, este indicador teria crescido “apenas” 14,1%.

Sem o efeito da Saci, que a 1 de janeiro passou a ser detido em 50% pelo grupo sediado em Santa Maria da Feira, as vendas teriam crescido 12,7%. Já considerando o conglomerado de Turim, constituído por 17 empresas e conhecido pela produção de muselets (estrutura em arame que se encaixa na rolha das garrafas de espumante, por exemplo), que contribui com 57 milhões de euros, as vendas sobem 26%, atingindo 546 milhões de euros até junho.

Num comunicado à CMVM, o grupo nortenho sublinha que, apesar de “alguns sinais de abrandamento” no segundo trimestre, todas as unidades de negócio registaram um crescimento das vendas. Uma evolução que diz refletir a melhoria do mix de produto, a subida de preços e o crescimento de volumes. E a evolução cambial teve também um impacto positivo nas vendas, pois, excluindo este efeito, teriam subido 24,2% (ou 11%, excluindo as alterações do perímetro de consolidação).

As rolhas contribuíram com receitas de 402 milhões de euros (+29%) entre janeiro e junho, em virtude também da subida de preços implementada no início do ano e do impacto cambial positivo. Nos revestimentos, as vendas somaram 77 milhões (+21,7%) e nos aglomerados compósitos 62 milhões (+7,1%), beneficiando da valorização do dólar — os EUA são o melhor mercado neste segmento de atividade. E nos isolamentos, a Corticeira conseguiu reverter a contração comercial no primeiro trimestre e fechar o semestre 10,6% acima da primeira metade do ano de 2021.

“O EBITDA consolidado subiu para 98 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que compara com 77 milhões no período homólogo. (…) Ainda que as pressões inflacionistas — particularmente na energia, matérias-primas e transportes — tenham continuado a penalizar os resultados, os maiores níveis de atividade e a melhoria do mix de produto foram decisivos na proteção da rentabilidade”, resume. O rácio EBITDA / vendas subiu ligeiramente para 18%.

António Rios de Amorim, CEO da Corticeira AmorimPaulo Duarte/Bloomberg 23 fevereiro, 2017

O grupo liderado por António Rios de Amorim contabiliza ainda que, no final de junho, a dívida remunerada líquida ascendia a 71 milhões de euros, acima dos 48 milhões com que tinha fechado o ano passado. Deve-se à primeira tranche da aquisição da Saci (25 milhões, num total de 49 milhões); aos 15 milhões da compra dos restantes 50% da Cold River’s Homestead, que inclui 3.300 hectares da Herdade de Rio Frio e estavam nas mãos da Parvalorem, herdeira dos ativos tóxicos do BPN; ao acréscimo das necessidades de fundo de maneio (41 milhões); ao aumento do investimento em ativo fixo (34 milhões); e ainda ao pagamento de dividendos (27 milhões).

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