Líder do PS/Açores diz que défice da região é o “pior de sempre”
O défice orçamental da administração direta da região, nos primeiros seis meses de 2022, “é o pior de sempre, desde que há registo”, sendo de 184,5 milhões de euros”.
O líder do PS/Açores considerou hoje que o défice orçamental da administração direta da região, nos primeiros seis meses de 2022, é o “pior de sempre, desde que há registo”, situando-se em 184,5 milhões de euros”.
Vasco Cordeiro, citado hoje em nota de imprensa, na sequência de uma iniciativa da JS/Açores, na Maia, ilha de São Miguel, considerou que se assiste à “degradação das finanças públicas da região e, por essa via, à degradação da autonomia porque, com cada vez menos recursos, há cada vez menos margem para decidir, por exemplo, na ajuda às famílias e às empresas face à situação que se está a viver de aumento da inflação”.
O dirigente do maior partido da oposição, citando dados disponibilizados pelo Boletim de Execução Orçamental, referiu que o Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS/PPM, “está a gastar mais e a receber menos”, alertando que esse é um “mau caminho para os Açores e para os açorianos”.
De acordo com Vasco Cordeiro, o défice orçamental da administração direta da região, nos primeiros seis meses de 2022, “é o pior de sempre, desde que há registo”, sendo de 184,5 milhões de euros”.
O socialista refere que “o próprio Governo previa, para todo o ano de 2022, um défice de 155 milhões”, sendo que este “aumentou, até junho, mais 123 milhões de euros que no ano passado, e só nos últimos dois meses, cresceu 140 milhões”.
Para Vasco Cordeiro, os Açores “estão a fazer um percurso em sentido contrário” ao que está a acontecer no continente e na Madeira: “no continente, o défice melhorou 11 vezes, enquanto na Madeira melhorou 50%, em relação ao ano passado. Nos Açores piorou 235%, ou seja, 118 milhões de euros na perspetiva consolidada”.
O líder socialista considera que “esta é uma das razões pelas quais se afirma que o que está a acontecer é uma degradação financeira da região e tem como consequência a degradação da autonomia”. Segundo o dirigente do PS/Açores, a despesa corrente do setor Governo Regional agravou-se, face ao ano passado, 38,5 milhões de euros, o que “significa um aumento de 8,1%”.
A despesa com pessoal, “tirando a saúde e a educação, cresceu 18,1%”, enquanto a receita efetiva da região, “caiu 74,3 milhões de euros comparativamente ao ano passado, ou seja, menos 13%”, segundo Vasco Cordeiro. De acordo com o socialista, o cenário “só não é pior porque o Governo Regional está a ganhar dinheiro com o aumento da inflação e recusa-se a fazer reverter esse dinheiro para ajudar as famílias e as empresas a ultrapassarem esta situação”.
Vasco Cordeiro, referiu, por outro lado, que, tendo em conta os fundos comunitários, “neste ano, o Governo Regional tinha previsto executar cerca de 340 milhões de euros em 2023”, mas “na primeira metade deste ano, executou apenas 5% deste valor, cerca de 17 milhões”. “Isso quer dizer que para as contas baterem certo no final, o Governo teria de executar, no segundo semestre, cerca de 320 milhões”, referiu o presidente do PS/Açores.
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