BRANDS' ECOSEGUROS O barato sai caro
Gonçalo Baptista, diretor geral da Innovarisk, aborda o tema dos sinistros e da extrema importância de comprar uma apólice adequada ao Património que se tem.
Escrevo este texto na ressaca de vários sinistros de Incêndio recentes, em que se constatou da extrema importância de comprar uma apólice adequada ao Património que se tem.
As apólices têm listas de coberturas infindáveis, muitas com sublimites distintos que, um leigo como um cliente é, não consegue assimilar em modo automático por ser informação demasiada extensa para que suscite vontade de ler e entender. Em resultado compra-se algo que “parece melhor” isto caso se saia da discussão do preço, que muitas vezes é o começo e o fim do processo de compra. Como fugir desta ratoeira? Os seguros, como quase tudo, é um terreno para profissionais, pelo que o melhor conselho que dou aos clientes é sempre de procurar bons profissionais na área. Fazer perguntas, mas não qual é a opção mais barata, outras perguntas, sejam sobre a cobertura ou sobre cenários hipotéticos e como a apólice responderia perante os mesmos.
Outro fator essencial é descrever qual o património que existe para segurar. Muitas vezes encara-se o abrir as portas de casa com receio, mas isso é essencial para que o profissional possa aconselhar que coberturas adicionais contratar, que sublimites aumentar, que exclusões derrogar, entre outros.
Como dizia acima, escrevo isto na sequência de vários sinistros recentes de Incêndio. Incêndios que não entraram dentro das casas, mas que deixaram estragos vários e avultados fora de casa: no jardim, nos muros, nas restantes estruturas existentes nos jardins. Neste campo, as disparidades entre as várias apólices no mercado são enormes. Se é certo que dentro de casa as apólices são mais homogéneas e, num contexto de uma perda total, tendem a pagar as mesmas coisas (à exceção das conhecidas limitações para objetos especiais que a maioria das Seguradoras tem e de algumas despesas extra), no contexto de perdas fora de casa já não é, de todo, assim. Limitações para cobertura quando o edifício principal não é afetado, sublimites para jardim, limitações por árvore (e até na idade da árvore que se planta em substituição), limitações para construções não previamente informadas, para piscinas, módulos de churrasco, toldos, pérgulas, estruturas de lazer: há de tudo um pouco.
É preciso conhecer o património que se quer segurar e assegurar que se adequa a cobertura ao valor desse património. Quem não trabalha com o segmento alto, muitas vezes não tem perceção dos valores que estão em discussão. Alguns clientes têm alguns milhões de património nas redondezas da casa (sim, não me enganei, são mesmo alguns milhões). Nem falando do segmento particular dos ultra bilionários, que são um mundo à parte e onde esse exercício de adequar a apólice é ainda mais difícil, mesmo num escalão mais abaixo de rendimentos, encontramos com frequência algumas estruturas no jardim de valor individual de centenas de milhares de euros. Quando somamos esses valores todos, chegamos a patrimónios de valor elevadíssimo. Há apólices que respondem muito melhor que outras, mas mesmo nas melhores, nenhuma tem capitais standard que respondam perante esse género de montantes. Porquê? Simplesmente encareceria tanto o produto standard que seria descabido para todos os outros consumidores que não possuem esse género de montantes. É aqui que entra o nosso trabalho, o dos profissionais do setor, de saber olhar para um risco e aconselhar as melhores soluções possíveis. E o do cliente, no sentido de não avaliar cegamente as ofertas pelo preço, é uma poupança que pode vir a sair imensamente cara. Poupam-se centenas de euros para mais tarde perder centenas de milhares.
"Alguns clientes têm alguns milhões de património nas redondezas da casa (sim, não me enganei, são mesmo alguns milhões)”
O momento mais decisivo num sinistro não é a sua regularização, é a atenção que se dá ao processo de compra da apólice e é nossa responsabilidade desviar o foco dos clientes desse aspeto, concentrando-os na robustez da solução a comprar. Em poucas coisas na vida assenta tão bem o ditado popular de “o barato sai caro”.
Texto por Gonçalo Baptista, Diretor Geral da Innovarisk Underwriting
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