Número de funcionários públicos atinge novo máximo no 2º trimestre
Registaram-se 741.698 postos de trabalho no setor das administrações públicas, um máximo desde o início da série estatística, em 2011.
O número de funcionários públicos atingiu um novo máximo desde o início da série estatística, em 2011. São no total 741.698 os postos de trabalho registados no setor das administrações públicas a 30 de junho de 2022, segundo os dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) divulgados esta terça-feira.
Já no trimestre anterior se tinham registado valores semelhantes de postos de trabalho, mas uma nova subida, ainda que pequena, ditou a renovação do máximo deste indicador. “No 2º trimestre de 2022, o emprego aumentou 1,5% em termos homólogos e 0,1% face ao trimestre anterior“, lê-se na síntese estatística do emprego público.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a subida reflete o aumento “nos Estabelecimentos de Educação e Ensino Básico e Secundário (+2.660), nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) do SNS (+2.074) e nas Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação (+1.601)”. Destacam-se as carreiras de Educadores de Infância e Docentes do Ensino Básico e Secundário, técnico superior, enfermeiro, assistente operacional e forças de segurança.
Já olhando para o trimestre anterior, o emprego no setor das administrações públicas subiu apenas em 550 postos de trabalho, “em resultado essencialmente do aumento do emprego na administração local (+1.213 postos de trabalho, correspondente a uma variação trimestral de +1,0%), já que na administração central se registou uma diminuição de 912 trabalhadores (-0,2% face ao trimestre anterior)”, indica o documento.
O maior contributo para a variação trimestral na administração local foi então dado pelas Câmaras Municipais. Por outro lado, registou-se uma “diminuição de emprego na área governativa da Saúde (-1.460 postos de trabalho, sobretudo na carreira de médico, de assistente operacional e de enfermeiro), enquanto na Administração Interna o número de trabalhadores aumentou 1.289, refletindo, entre outros, as contratações a termo de vigilantes da floresta, que apresentam uma natureza sazonal, bem como de guardas da GNR”, explica a DGAEP.
A síntese indica também que no segundo semestre deste ano, o emprego no setor das administrações públicas representava 7,2% da população total (rácio de administração), 14,3% da população ativa e 15,1% da população empregada, isto é, mais de um sexto dos trabalhadores.
Ganho médio mensal sobe apenas 0,6% no trimestre
Quanto aos salários, os dados disponíveis mostram que em abril de 2022, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em 1.559,01 euros, correspondendo a uma variação global média de +0,6% em relação ao mês de referência do trimestre precedente (janeiro 2022), e a uma variação homóloga de +1,5%.
Evolução dá-se pelo “efeito conjugado da entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios e da atualização do valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) e do valor da base remuneratória para 705,00 euros”, explica a DGAEP.
Já o ganho médio mensal nas administrações públicas, número que inclui a remuneração base e outras componentes, como prémios, subsídios ou suplementos regulares, é estimado, para abril de 2022, em 1.819,14 euros, mais 0,1%, face ao trimestre anterior e 1,0% em relação ao período homólogo.
“A variação homóloga resulta do aumento da remuneração base média mensal, bem como da maioria das restantes componentes do ganho (como prémios e subsídios ou suplementos regulares)”, justificam.
É de salientar que estes dados devem ser lidos à luz da aceleração da inflação, que tem ditado uma perda do poder de compra dos trabalhadores. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados na semana passada mostraram que os salários reais caíram 4,6% em Portugal devido à inflação, sendo que os funcionários públicos são quem mais perde face há um ano.
(Notícia atualizada às 19h05)
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